20 de dez. de 2010

A FESTINHA DO CHICÃO

     Cansado da agitação da vida urbana, Celso larga o emprego, compra um pedaço de terra no Amazonas e se muda para lá.  Ele vê o carteiro uma vez por semana e vai à mercearia uma vez por mês.  No mais, é paz e tranqüilidade.
     Seis meses depois, em dezembro, alguém bate na porta.  Celso abre e vê um enorme homem negro barbudo de 1,90, mal encarado, com um facão na mão e um trezoitão na cinta que lhe diz:
     - Meu nome é Chicão, seu vizinho, 7 léguas daqui.  Festa de Natal lá em casa, sexta-feira.  Começa às cinco. 
     Celso se entusiasma:
     - Ótimo, amigo...  depois de seis meses por aqui, na solidão, nada melhor que isso.  Muito obrigado, vou sim. 
     Chicão começa a ir embora, pára e diz:
     - Seguinte: vai rolar bebida. 
     - Sem problema.  Eu topo. 
     Novamente Chicão começa a ir embora, mas pára e diz:
     - Olha, também pode ter briga. 
     - Nenhum problema também...  eu me dou bem nesses lugares e sei me virar....  Mais uma vez obrigado. 
     Chicão continua:
     - Ah.....  e também pode ter sexo meio selvagem... 
     Celso, cada vez mais empolgado, retruca:
     - Também não é empecilho algum....  Eu estou aqui faz 6 meses, sozinho....  Mais um motivo para eu ir.  E, aproveitando, me diz uma coisa: qual é o traje? 
     Chicão:
     - Cê que sabe.  É só nós dois... 

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