13 de dez. de 2010

A existência de Papai Noel
do ponto de vista da ciência

Existem cerca de dois bilhões de crianças (pessoas com menos de 18 anos) no mundo. Como Papai Noel não visita criança muçulmana, hindu, judaica ou budista, seu trabalho, na noite de Natal, reduz-se a presentear apenas 15% desse total: 378 milhões de pessoas. A uma taxa média mundial de 3,5 criancas por lar, tem-se um total de 108 milhões de lares. Graças à diferenca de fusos horários e à rotação da Terra - considerando que ele viaje de leste para oeste - Papai Noel dispõe de cerca de 31 horas no Natal para trabalhar. Essa exiguidade de tempo implica o bom velhinho ter que realizar 967,7 visitas por segundo, dispondo, portanto, de, aproximadamente, um milésimo de segundo para estacionar o trenó, saltar, pular na chaminé, encher as meias, distribuir os presentes restantes sob a árvore, comer algum lanche que tenha sido deixado para ele, subir de volta pela chaminé, entrar no trenó e ir até a próxima casa.
Considerando que os 108 milhões de lares estejam distribuídos uniformemente pelo mundo (o que, naturalmente, sabemos ser falso, mas que será aceito como melhor hipótese, para fins de cálculo), estaremos falando em algo aí em torno de 1,25 km a percorrer entre uma casa e outra, numa viagem total de 121,5 milhões de km - sem contar idas ao banheiro e descansos. Isso significa que o trenó do Papai Noel deve mover-se a 1.046 km/s, ou 3.000 vezes a velocidade do som. Para fins de comparação, o veiculo mais veloz já construído pelo homem, a sonda espacial Ulisses, move-se a acanhados 44,1 km/s e uma rena normal pode correr, no máximo, a 24 km/h.
A carga útil do trenó apresenta-se como outro elemento interessante. Considerando que cada criança receba um presente com um peso médio de 1,3 kg (um presentinho, né?), o trenó levaria mais de 500 mil toneladas - sem contar o peso do "bom velhinho". Ora, se, em terra, uma rena normal não puxa mais que 136 kg, mesmo admitindo que renas "voadoras" pudessem puxar dez vezes o normal, o serviço não poderia ser feito com apenas oito ou nove delas - Papai Noel precisaria de, pelo menos, 360.000 renas. Isso aumentaria a carga (sem contar o peso do trenó) em mais 54 mil toneladas, ou aproximadamente, sete vezes o peso do Queen Elizabeth (do navio, não de Sua Majestade). Dado à resistência do ar, 550 mil toneladas, viajando a 1.046 km/s, aqueceriam as renas da mesma maneira que uma nave espacial ao reentrar na atmosfera da Terra. O primeiro par de renas absorveria 14,3 x 1019 joules de energia por segundo, ou seja, os animaizinhos explodiriam em chamas instantaneamente, com estrondos ensurdecedores em seu rastro, e todo o conjunto de renas seria vaporizado em 4,26 milésimos de segundo - quando Papai Noel ainda estaria chegando apenas à quinta casa de sua viagem.
Mas... nada disso importa, pois Papai Noel, com a desaceleração resultante de uma parada brusca em 0,001 segundo, a uma velocidade 1.046 km/s, estaria sujeito a uma força de 17.000 G's. Um Papai Noel de 113 kg (que parece ridiculamente magro) seria imobilizado no fundo do trenó por 1.957.258 kgf, o que esmagaria instantâneamente os seus ossos e órgãos, reduzindo-o a uma bolha trêmula de meleca pegajosa cor-de-rosa.
Assim sendo, do ponto de vista da ciência, se Papai Noel existiu... já morreu !

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