17 de dez. de 2010

Karaokê erudito
Carmina Burana (Carl Orff – 1936-1982)
da Baviera.
Carl Orff acompanhado de Lieselotte Holzmeister.
Carmina Burana (Canções da Baviera), como denominou-a Carl Orff, é das mais belas Cantatas. Se não em uma sala de concertos, a maioria de nós já deve tê-la ouvido como fundo musical de um filme épico ou algo semelhante. Seus versos, de rara beleza e profundo significado, foram colhidos por Carl Orff (que os musicou) de manuscritos medievais contendo poemas e canções profanas, encontrados num mosteiro beneditino do século XIII, na Baviera. Escritos em alemão antigo e latim, houve época em que sua tradução foi censurada. Eis sua primeira parte, dedicada à deusa da boa e má sorte, "O Fortuna" (Ó Fortuna). As marcações estão sublinhadas, para degustar o karaokê (vale à pena experimentar; em formato mp3 você pode baixar a música da net). 
Velut luna, statu variabilis. Como a lua, seu estado é mutável (omitido na maioria das gravações).
Semper crescis Sempre crescente
aut decrescis ou decrescente.
Vita detestabilis. Vida detestável.
Nunc obdurat Primeiro maltratas
et tunc curat. E depois lisonjeias.
Ludo mentis aciem. Mente afiada no jogo.
Egestatem, potestatem A pobreza e o poder
dissolvit ut glaciem. tu as funde como gelo.
Sors immanis Da sorte monstruosa
et inanis e vazia
rota tu volubilis. tu giras a roda.
Status malus, Tu és perversa,
vana salus. tua segurança é vã.
Semper dissolubilis Sempre dissolvida
obumbrata nas sombras
et velata. e escondida. 
Michi quoque niteris. Me ameaças também.
Nunc per ludum E agora, como parte do jogo
dorsum nudum eu trago o dorso
nu fero tui sceleris. para a tua perversidade.
Sors salutis A sorte da saúde
et virtutis e da força
michi nunc contraria. está agora contra mim.
Est affectus Ela foi afetada
et defectus e destruída
semper in angaria. totalmente por tua causa.
Hac in hora Então nesta hora
sine mora, e sem demora,
corde pulsum tangite, que sejam tocadas as cordas vibrantes,
quod per sortem posto que a sorte
sternit fortem. derruba até os fortes.
Mecum omnes plangite! E que todos chorem comigo!

Para assistir toda a cantata no YouTube, clique aqui

(Tradução dos versos e marcação extraídos da apresentação "Aurora Boreal", de Ney Deluiz).

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