22 de dez. de 2010


Brasil apelou a EUA sobre Honduras




17 Dez 2010
Amorim disse a americanos que Chávez queria fazer de Zelaya um mártir, revelam telegramas WikiLeaks
Cristina Azevedo 

          O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "queria fazer de (Manuel) Zelaya "um mártir", mas o governo brasileiro o convenceu que apenas os Estados Unidos poderiam influenciar o que acontecia em Honduras e precisavam ser consultados". A frase foi dita pelo chanceler Celso Amorim ao conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, James L. Jones, em setembro do ano passado, segundo um dos telegramas americanos que cobrem o período mais crítico da crise em Honduras, quando o presidente deposto tentava retornar ao país. Revelados pelo WikiLeaks, eles mostram que, para os EUA, o Brasil foi surpreendido e não estava pronto para lidar com a situação. Revelam também como, à medida que os esforços da Organização de Estados Americanos (OEA) se revelavam infrutíferos, Brasília apelou várias vezes a Washington, tanto na busca por uma solução, quanto por ajuda para a embaixada. 

          Os documentos de 4 de setembro de 2009 a 19 de fevereiro de 2010 trazem uma visão crítica da atuação brasileira. "Tendo manifestado seu apoio à volta de Zelaya e sendo atraído - quase certamente sem aviso prévio - para o centro da crise, uma posição à qual não está acostumado, o Brasil parece perplexo sobre o que fazer em seguida. É curioso que o governo aparentemente não tenha adotado um papel mais assertivo na busca de uma solução. Em vez disso, sentado no banco de trás, parece que o Brasil espera que EUA, OEA e ONU protejam seus interesses", escreveu Lisa Kubiske, ministra conselheira da embaixada americana, em outubro de 2009.

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