8 de mar. de 2011

A General Motors e o sorvete de baunilha
 
     Dizem que esta estória é verdadeira.
 
    Tudo começou quando o gerente da divisão de carros Pontiac, da General Motors dos Estados Unidos, recebeu uma curiosa carta de reclamação de um cliente. Eis o que este escreveu:

    "Esta é a segunda vez que mando uma carta para vocês e não os culpo pôr não me responder. 
 
    Eu posso parecer louco, mas o fato é que nós temos uma tradição em nossa família, que é a de comer sorvete depois do jantar. Repetimos este hábito todas as noites, variando apenas o tipo do sorvete, e eu sou o encarregado de ir comprá-lo.
 
    Recentemente comprei um novo Pontiac e, desde então, minhas idas à sorveteria se transformaram num problema: sempre que eu compro sorvete de baunilha, quando volto da loja para casa, o carro não funciona; se compro qualquer outro tipo de sorvete, o carro funciona normalmente.
 
    Os senhores devem achar que eu estou realmente louco, mas não importa o quão tola possa parecer minha reclamação.  O fato é que estou muito irritado como o meu Pontiac modelo 99."

    A carta gerou tantas piadas do pessoal da Pontiac, que o presidente da empresa acabou recebendo uma cópia da reclamação.  Ele resolveu levar o assunto a sério e mandou um engenheiro conversar com o autor da carta.

    O funcionário e o reclamante, um senhor bem sucedido na vida e dono de vários carros, foram juntos à sorveteria no fatídico Pontiac. O engenheiro sugeriu sabor baunilha, para testar a reclamação, e o carro efetivamente não funcionou.

    O funcionário da General Motors voltou nos dias seguintes, à mesma hora, fez o mesmo trajeto, no mesmo carro e só variou o sabor do sorvete.  E o carro só não pegava, na volta, quando o sabor escolhido era baunilha.

    O problema acabou virando uma obsessão para o engenheiro, que passou a fazer experiências diárias, anotando todos os detalhes possíveis. Mas, depois de duas semanas, chegou à primeira grande descoberta: quando escolhia baunilha, o comprador gastava menos tempo, porque este tipo de sorvete estava bem à frente no balcão.
 
    Examinando o carro, o engenheiro fez nova descoberta: como o tempo de compra era muito mais reduzido, no caso da baunilha, em comparação com o tempo dos outros sabores, o motor não chegava a esfriar. Com isso, os vapores de combustível não se dissipavam, impedindo que a nova partida fosse instantânea.
 
    Por causa desse episódio, a Pontiac mudou o sistema de alimentação de combustível do Pontiac e introduziu a alteração em todos os modelos a partir da linha 99. Mais do que isso, o autor da reclamação ganhou um novo carro, além da reforma do que não pegava com sorvete de baunilha, e a General Motors distribuiu um memo interno, exigindo que seus funcionários levem a sério até as reclamações mais estapafúrdias, "porque pode ser que uma grande inovação esteja por trás de um sorvete de baunilha", diz a carta da GM.

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