8 de mar. de 2011

Mbembe

    Em 1986, após concluir sua faculdade, Mkele Mbembe gozava um feriado, no Kenia, passeando por um bosque. Repentinamente, deu de cara com um jovem elefante, agitando uma de suas patas no ar.

    O elefante parecia irritado. Mbembe aproximou-se dele cautelosamente, ajoelhou-se, examinou a pata do elefante e encontrou um enorme espinho encravado na sola. Tão delicadamente quanto lhe foi possível, Mbembe removeu o espinho, com o auxílio de sua faca de caça, após o que o elefante pousou a pata no chão e encarou o homem com um olhar estranho. Mbembe ficou paralisado, imaginando que o animal iria atacá-lo. Mas o elefante apenas bramiu longamente, virou-se e foi embora.

    Mbembe jamais esqueceu esse elefante e os acontecimentos desse dia.

    Vinte anos depois, caminhando em um Zoo, acompanhado de seu filho adolescente, Mbembe aproximou-se do cercado dos elefantes. Um dos animais ergueu a cabeça, como que cheirando o ar, voltou-se e se dirigiu ao local onde Mbembe e seu filho, Tapu, encontravam-se. O enorme elefante parou diante de Mbembe, levantou e abaixou uma de suas patas dianteiras. Fez isso repetidas vezes e bramiu longamente, encarando fixamente Mbembe.

    Lembrando-se do encontro em 1986, Mbembe imaginou que talvez fosse o mesmo elefante. Encheu-se de coragem e saltou sobre a amurada, para dentro do cercado. Caminhou diretamente para o elefante e parou à sua frente, encarando-o. Súbito, o elefante bramiu novamente, enroscou sua tromba em volta de uma das pernas de Mbembe, sacudiu-o violentamente e bateu repetidas vezes com seu corpo contra a amurada, matando-o.

    No Zoo todos concordaram que provavelmente aquele não era o mesmo elefante.

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