Vem por aí uma bolha brasileira?
A inflação de 2012 deverá ficar abaixo de 5%, com a economia crescendo em torno de 4%. Será, porém, uma vitória de Pirro.
Em algum momento ocorrerá uma inevitável correção para cima na cotação do dólar, com grande probabilidade de uma traumática "parada súbita". O Brasil não acumula reservas porque produz superávit nas transações com o exterior. A acumulação resulta do ingresso de capital, sendo só 20% em investimento direto. Temos, então, um paraíso para o especulador estrangeiro, que se bene ficia do diferencial nas taxas de juros.
Esse movimento adquire todas as características de uma bolha especulativa. E bolhas sempre evoluem para o colapso. Nosso palpite é que a bolha de acumulação de reservas deva estourar em algum momento entre 2013 e 2015, com uma forte e rápida depreciação do real e possível perda de grande volume das reservas. O controle amplo de capitais pode simplesmente antecipar o momento de ruptura da bolha.
Uma das poucas coisas que o governo pode fazer agora, diante dessa perspectiva inevitável, é preparar planos de contingência para o amortecimento da desvalorização.
O crescimento brasileiro é puxado por construção de moradias e pelo consumo. Isto foi visto na Argentina até 2001, em Portugal, Espanha e Grécia. Será que o Brasil está indo para o mesmo caminho? Prepare-se para pagar a conta...
O comércio voltou a crescer com mais força que a indústria no segundo trimestre deste ano, uma tendência que deve se manter nos próximos meses, numa inversão do quadro registrado entre janeiro e março. O acúmulo de estoques nos primeiros meses do ano e a forte competição do produto importado apontam para um quadro de baixo crescimento na produção industrial daqui para frente. Por outro lado, o comércio tende a se expandir a um ritmo um pouco mais forte, ainda que inferior ao dos melhores momentos de 2010, dada a perspectiva de desaceleração da renda e do impacto da alta de juros e das medidas de restrição ao crédito. A expectativa, desse modo, é que indústria e comércio voltem a repetir, com menor intensidade, o quadro observado de abril a dezembro de 2010.
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