O Chefão da quadrilha
Texto de Márcio Accioly
Márcio Accioly é Jornalista.
Estão explicadas as razões pelas quais o ex-presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) é contratado para fazer palestras milionárias e tem assombrosa renda mensal garantida: as empreiteiras Odebrecht, OAS, Andrade Gutiérrez e Queiroz Galvão doaram R$ 11 milhões ao PT (campanha de 2010), e foram bem alojadas na Líbia de Kadaffi.
A nota que saiu na Coluna de Cláudio Humberto, neste sábado (17), levantou a lebre de política externa praticada pelo Itamaraty que deixou o Brasil a reboque das piores republiquetas de esquina do mundo. Quando Lula elogiou Muammar Kadaffi, chamando-o de “meu amigo, meu irmão e meu líder”, não foi em vão!
Mas feio mesmo quem ficou no papel foi o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), que agora quer incluir Dom Luiz Inácio no processo do mensalão, depois de ter dito no auge do escândalo ser ele “é um homem sério e honesto”. Não é só Jefferson que deseja ver Lula naquele processo, Marcos Valério também quer.
As construtoras agora estão correndo atrás do prejuízo, mas os rebeldes que estão assumindo o poder na Líbia, pelo menos por enquanto, não pretendem ver sinal do Brasil lá dentro. A França já está lá e a Inglaterra também. As imagens mostrando Lula bajulando o então ditador líbio estão na internet e fica difícil apagá-las.
Por isso que o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais e criador do mensalão a partir daquele estado pretende impor censura à internet, impedindo a veiculação de notícias que comprometam os vários larápios que se revezam no poder.
Azeredo foi senador até o início deste ano. Desacreditado, percebeu não ter mais chance na disputa de cargo majoritário e baixou a bola. Ele sabe ser indispensável o mandato, para se manter em foro privilegiado no jugo de lei criada pelo deputado federal Bonifácio Andrada (PSDB-MG), na gestão FHC (1995-2003).
Entra governo, sai governo, a bandalheira continua assemelhada. Teve gente que acreditou em suposta “faxina” que quiseram atribuir à presidente Dilma, uma das pessoas mais despreparadas de que se tem notícia na administração pública nacional.
O fato é que já esqueceram suas ligações com Erenice Guerra e o desempenhado papel de coadjuvante em todas as ações praticadas pelo antecessor. Sem contar o pavor que causa nos auxiliares diretos, pois não costuma medir palavras, inclusive de baixo calão, para humilhar e repreender quem contraria santos desejos e imposições.
Dom Luiz Inácio tanto falou na “herança maldita” legada por FHC (um dos governos mais corruptos de nossa história, até a ascensão do sucessor), apenas para confundir: basta verificar as quadrilhas deixadas por ele nos Ministérios, onde grande parcela de influência é exercida por José Sarney e outras ratazanas.
Afinal, não era Dom Luiz Inácio que apregoava o caráter de quase santidade de José Sarney? Pessoa, segundo ele, que não é comum? Que deve merecer tratamento diferenciado da parte dos brasileiros que pagam impostos extorsivos?
As pessoas demoram muito a constatar os fatos. FHC levou dois mandatos até que se verificasse possuir personalidade de pavão a preencher vazio moral. Parece que somente agora pequena parcela começa a enxergar a ladroeira da gestão petista. São anos e anos de sofrimento e roubo até que se testemunhe a presença do ladrão!
Quando se extinguiu a CPMF, o governo imediatamente cuidou de aumentar o valor do IOF, ultrapassando com ele os valores que supostamente seriam perdidos. Mas, agora, numa sociedade onde ninguém presta atenção a nada, quer se criar nova taxação.
Por isso que a população é que terá de fazer a faxina, indo às ruas para expulsar os ladravazes dos cargos públicos. Nada é conquistado sem sacrifício.
Márcio Accioly é Jornalista.
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