Prof. Marcos Coimbra (*)
O 
genial escritor Eric Blair, sob o pseudônimo de George Orwell, produziu várias 
obras geniais, dentre elas  a “Revolução dos Bichos”, “Lutando 
na Espanha” e  “1984”.
Este último. quando foi escrito, em 1948, projetava um mundo imaginário a ser 
tornado realidade em 1984. 
As idéias de Grande Irmão, teletela, ministério da 
Verdade, crimidéia (crime de idéia, em novilíngua), são impressionantes e 
pareciam distantes da realidade, quando foi lançado. Hoje, porém,  mostram-se perturbadoramente verdadeiras. O livro mostra a transformação da 
realidade praticada na fictícia Oceania (onde a Inglaterra era parte dela, como 
Pista de Pouso número 1), disfarçada de democracia onde existe um 
totalitarismo, dominado pelo IngSoc (o Partido), sob o comando do onipresente 
Grande Irmão (Big Brother).
O 
livro conta a história de Winston Smith, membro do partido externo, funcionário 
do ministério da Verdade. A missão era reescrever e alterar dados de acordo com 
o interesse dos “detentores do poder político”, tal como foi feito por Stalin na 
URSS - na realidade, bastante semelhante à tarefa atual de jornalistas e 
historiadores desviados de seus respectivos ideais. 
Se alguém pensasse diferente 
seria capturado pela Polícia do Pensamento e seria destruído, passando antes 
pela sala 101. Nesta sala os insubordinados eram submetidos à pior das torturas, 
de acordo com as vulnerabilidades de cada um.
No caso de Winston era o 
pavor de roedores. Foi ajustada a seu rosto uma máscara contendo várias 
ratazanas famintas, separadas por duas grades de seu rosto. O torturador, ao 
abrir a primeira delas, conseguiu dele a rendição total.
Observando-se o mundo atual, verificamos o grau de 
clarividência do gênio. A teletela está presente em países ditos democráticos, 
sob a justificativa de garantia de segurança, através de milhares de câmeras de 
transmissão de imagens. Falta apenas transmitir imagens, o que não é impossível. 
O crimidéia é praticado às escâncaras principalmente em países próximos a nós 
geograficamente, do grupo bolivariano, em nome da “democracia plebiscitária”, 
que exige mobilização popular permanente, manipulada por aqueles que estão no 
poder. 
As Instituições são erodidas, aproveitando-se o baixo nível de educação 
da massa de eleitores, bem como a formidável máquina de pressão daqueles que, 
aproveitando-se das fragilidades do regime democrático, vão progressivamente 
implantando o totalitarismo no país.
|  | 
| O GRANDE IRMÃO ESTÁ TE VENDO | 
Quem se opõe a eles vai sendo destruído, passo a passo, inexoravelmente, sem piedade. De início, dominam o Executivo, apossando-se de milhares de cargos de confiança. A seguir, cooptam o Legislativo, eliminando a oposição porventura existente. O Judiciário vai sendo paulatinamente controlado, por intermédio da nomeação dos principais integrantes dos Tribunais Superiores.
Aos empresários são permitidos lucros vultosos, através de concessões 
indecentes, licitações dirigidas e ausência de regulação e fiscalização. A massa 
do eleitorado é enganada por ações eminentemente eleitorais, com bolsas de 
diversos tipos, com a finalidade de ganhar eleições. 
Vão 
obtendo vitórias progressivas, aumentando seu poder real. Inicialmente, fazem 
alianças espúrias com partidos sem ideal ou filosofia, eminentemente 
fisiológicos, para manter a maioria no Congresso, viabilizando o chamado 
“presidencialismo de coalizão”, origem dos maiores escândalos da República. 
À 
medida que vão se fortalecendo, iniciam o processo de descarte dos eventuais 
aliados. Exemplo flagrante disto é o desigual tratamento oferecido quanto a 
denúncias de corrupção nos ministérios. Os ministros pertencentes aos partidos dos 
eventuais aliados são demitidos ou forçados a solicitar demissão enquanto os 
“companheiros”, acusados de delitos tão ou mais graves continuam em seus postos. 
Alguns partidos são humilhados publicamente e continuam a apoiar seus algozes, 
na esperança de voltar a usufruir das benesses do poder.
A 
mídia amestrada exerce seu nefasto papel, praticando o visualizado por George 
Orwell, confundindo e desvirtuando os acontecimentos. A corrupção passa a ser 
regra. As distorções de gênero são incentivadas. A coesão social é destruída. A 
Família e a Escola sofrem tenaz campanha de desmoralização. 
A última Instituição 
Nacional (Forças Armadas) capaz de reagir contra a implantação do totalitarismo 
é minada por ações subreptícias, através do desvio de suas funções 
constitucionais e via seu constante enfraquecimento. Começam a surgir os 
“generais do povo” e a anomia se espalha. Os cúmplices de hoje serão as vítimas 
de amanhã.
O 
brutal exemplo das últimas ações praticadas contra a liberdade de imprensa e o 
livre pensamento na Argentina, Venezuela e Equador é preocupante e esclarecedor. 
Neste último país, até com a cumplicidade do famoso juiz espanhol Baltasar Garzón 
e do assessor de assuntos internacionais do Brasil, Sr. Marco Aurélio Garcia 
(MAG), no que concerne à criação de uma Corte Institucional superior, denominada 
de Tribunal Nacional de Justiça, subordinada ao presidente daquele país. Parece 
que 1984 é a bíblia de leitura obrigatória deles.
As 
Instituições Nacionais do Brasil estão  extremamente frágeis.
Como evitar a 
ditadura constitucional?
(*) Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
Correio eletrônico: 
mcoimbra@antares.com.br



 
 
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