Por Jorge Alberto 
Forrer Garcia *
Acredito 
que alguns setores das esquerdas brasileiras subestimaram a capacidade dos 
militares da Reserva de reagirem contra o estado de coisas por que passa o 
País.
Era de se 
esperar que parte da Intelligentsia nacional fosse, no mínimo, mais inteligente, 
ou menos parcial.
O jornal O 
Estado de São Paulo, de 6 de março de 2012, faz referência a um manifesto de 
cineastas brasileiros no qual, entre outras coisas, repudiam as recentes 
declarações de militares, com destaque para a inquietação de oficiais da 
reserva, com relação à Comissão da Verdade.
Em meio 
àqueles surrados chavões esquerdistas, o manifesto diz que os diretores de 
cinema repudiam os ataques "desses setores minoritários das Forças Armadas" que, 
de forma alguma, poderão obstruir as investigações que deverão ser iniciadas o 
quanto antes (destaco: o quanto antes...). Diz, ainda: "estaremos atentos para 
que tal comissão seja composta por pessoas comprometidas com a democracia e com 
a verdade."
Gostaria 
inicialmente, com a devida vênia, de levar ao conhecimento dos senhores 
diretores de cinema que nas Forças Armadas não existem "setores minoritários", 
embora seja isso o que muita gente queira fazer parecer. O "setor minoritário" a 
que os senhores fazem referência, nada mais é do que a Reserva militar 
mobilizável do Brasil. Um dia, os integrantes dessa Reserva estiveram no serviço 
ativo. E foi nessa época que viveram, presenciaram ou construíram outra parte da 
verdade que agora, por ser extremamente oportuno, eles querem que seja 
esclarecida também.
Os 
militares que combateram a subversão, a guerrilha e o terrorismo não formavam 
uma milícia de loucos desgovernados que combatiam de forma acéfala. Eles 
formavam organizações militares, normalmente de pequeno efetivo, mas legalmente 
constituídas por leis, atos e diretrizes específicas.
Esses 
militares, hoje na Reserva, não eram um grupo de facínoras. Eles compunham uma 
força lutando por ordem do Estado contra uma força, completamente irregular, 
cujas principais armas eram a surpresa e a traição. O que cabia a esses 
militares era, de uma forma ou de outra, vencer a parte que lhes opunha 
resistência de armas na mão. O que foi feito. E bem.
Guerrilha? 
Subversão? Terrorismo? Muito mais do que temas para filmes, foram coisas que 
existiram no "mundo real". E causaram muitos danos à população brasileira, essa 
mesma que no seu manifesto os diretores de cinema querem jogar contra os 
militares da Reserva. Mas isso já é assunto por demais sabido e 
comentado.
Talvez 
seja o caso de lembrar aos senhores diretores de cinema que muitos de seus 
filmes não teriam enredo se não fosse o papel, ainda que estereotipado, que 
sempre reservaram para os militares.
Iniciamos 
com um "campeão de bilheteria": O que é isso companheiro?". Há como dizer, de sã 
consciência, que esse filme não retrata as articulações de associações 
criminosas para o cometimento de um crime? Ou planejar e executar um sequestro, 
mantendo a vítima em cárcere privado por dias, e, assim, submeter sua família à 
tortura, não pode ser considerado como um crime?
Tomemos 
"Lamarca. O Capitão da Guerrilha". Não obstante todo o engajamento ideológico de 
seu diretor e do ator principal, é possível, à luz da lógica, negar o fato de 
Lamarca ter sido um traidor, um desertor e um ladrão, e, por isso, ter sido 
buscado pelos militares Brasil afora?
Vejamos 
"Hércules 56". Por acaso não trata o filme de uma reunião, na vida real, de 
pessoas que cometeram todos os tipos de crimes como assaltos, mortes e 
sequestros de pessoas? E que no filme revelam suas verdadeiras ações e intenções 
da época? O filme não retrata verdadeira reunião festiva para relembrar uma 
pretérita associação para o crime?
Quem 
sabe... "Batismo de Sangue"? Por mais que se torne os padres adeptos da luta 
armada em "anjos" e " mártires", não há como negar que seu "guia espiritual" era 
Marighella, líder de organização criminosa e autor de um opúsculo denominado 
"Mini manual do Guerrilheiro Urbano".
Se 
observarmos "Araguaia. Conspiração do Silêncio", o subversivo "Oswaldo" que ali 
é retratado não parece um semideus descido do Olimpo diretamente para a selva 
amazônica? Só que o diretor esqueceu-se de mostrar os crimes que ele cometeu e 
levou seu grupo a cometer. Esse senhor chegou a negar aos militares uma trégua 
para que retirassem do campo de batalha o corpo de um soldado morto por ele. 
Quando se conseguiu recolher o corpo, pouco restava, senão a parte protegida 
pelo calçado.
Então 
senhores diretores de cinema do Brasil, não seria a Comissão da Verdade uma 
excelente oportunidade para, como num filme, estabelecer-se quem deu o primeiro 
tiro? Quem detonou a primeira bomba? Quem fez as primeiras vítimas? Quem 
assaltou bancos, carros-fortes e trens? Quem matou e aleijou pessoas inocentes, 
algumas delas mortas com extrema violência, tomando-as como simples efeitos 
colaterais? O que foi feito dos milhões roubados? Como se negociaram as armas 
que Lamarca roubou? Por que treinar em Cuba, Coreia do Norte e noutros países 
que se destacam por suas "democracias"? Tudo isso daria bons 
filmes.
Caso os 
diretores de cinema, como dizem no seu manifesto, estivessem cuidando da memória 
nacional, como poderiam não ser a favor de uma comissão da verdade que ouvisse 
ambos os lados? Para o bem da cinematografia nacional, seria bom, e a sociedade 
agradeceria, se os senhores ajudassem a mostrar o outro lado. Seriam mais 
filmes...embora, devo admitir, o patrocínio viria a ser mais 
difícil.
É bem como 
disse no manifesto a Sra. Lúcia Murat: "Se a gente, a sociedade civil, que é 
maioria, não defender nosso direito de conhecer a história do Brasil, quem vai?" 
Caso a senhora me permita, posso indicar-lhe uma resposta: por incrível que 
pareça, serão os militares da Reserva e um significativo número de civis, que 
concordam com aqueles, que lhes ajudarão. Pois, ao que parece, são os únicos a 
quererem ver a História do Brasil completamente contada.
* Coronel 
Reformado - Curitiba/PR

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