by Admiral
PAULO ERBISTI |
Este texto foi escrito por uma das maiores autoridades internacionais em
hidro mecânica. Trata-se de um engenheiro brasileiro, autor de um livro sobre o
assunto, com edições em português e inglês, e que viaja continuamente, projetando e
resolvendo os problemas mais complicados em hidroelétricas por todo mundo.
Recentemente uma revista especializada européia o elegeu como uma das dez mais importantes personalidades mundiais neste
assunto.
BELO
MONTE
Você ainda acredita em Papai Noel? Se a resposta é sim, é
provável que você não saiba de onde vem a água que sai das torneiras nem como se
acende a lâmpada do quarto quando você aperta o interruptor. Se a resposta é
sim, é provável que você também acredite que a solução definitiva do problema de
energia de um grande país em desenvolvimento passa por alternativas como a
energia eólica, a energia solar, a energia........, bem, acabaram as soluções.
Pergunte a um dos artistas da Globo que falam contra Belo
Monte se ele mora no Leblon ou embaixo de uma turbina eólica. Como ele mora na
zona sul do Rio, certamente não saberá que essas turbinas são altamente
prejudiciais à saúde dos habitantes e que as vacas deixam de produzir leite por
causa do ruído de baixa freqüência emitido pela turbina. Muito menos, que os
pequenos granjeiros europeus não mais permitem que turbinas eólicas sejam
instaladas em suas terras por causa desses problemas. Ainda por esse motivo, as
turbinas eólicas são predominantemente instaladas no mar, próximo à costa, ou em
terra, em lugares absolutamente desertos.
A maior turbina eólica já fabricada tem capacidade em
torno de 5 MW. A usina de Itaipu tem uma capacidade instalada de 12.000MW,
equivalente a 2.400 das maiores eólicas já fabricadas. Belo Monte terá uma
capacidade de 11.300 MW, equivalente a 2.250 das maiores eólicas. Onde implantar
isso? Na cabeça dos índios ou nas fazendas? Alguém sugere algo?
OK, tentemos então substituir as turbinas hidráulicas de
Belo Monte por painéis de energia solar. Alguém que saiba o custo do kwh da
eletricidade produzida por painéis solares poderia me orientar? Uma grande
dúvida me assalta a respeito disso: se a solução solar parece-me tão boa e não
poluente, por que até hoje não decolou em nenhum país do mundo, a não ser como
isoladas experiências científicas de pequeno porte?
Os índios, ah, os índios, sempre inocentes e
pobre-coitados! Logo eles, que estão dando ao mundo exemplos de eficiência no
gerenciamento de suas terras, como na reserva Raposa do Sol, impedindo a entrada
dos homens brancos, exceto madeireiros, garimpeiros, religiosos e participantes
de ONG’s dominadas por estrangeiros. Os “globais” dizem que índios não
participaram do processo de analise do projeto de Belo Monte, o que se trata de
uma deslavada mentira – consultem os sites do projeto e procurem pelos tristes
detalhes da reunião em que os índios se retiraram pois um grupo de
“brancos” presentes impedia com apitos e apupos o correto
andamento da exposição dos detalhes do empreendimento.
Os índios e os ambientalistas de ocasião dizem que o rio
Xingu vai secar na região da grande curva. O que eles não dizem e não sabem é
que a barragem vai regularizar a vazão do rio, principalmente na região da
grande curva, permitindo que passe eternamente por ali uma vazão correspondente
à vazão média definida pela Mãe Natureza ao longo da existência da Terra. Com
isso, deixarão de ocorrer naquela região as enchentes que destroem as plantações
dos índios e invadem suas casas. Não parece uma coisa boa?
Um dos especialistas que aparecem no vídeo mostra como um
absurdo o fato de que a usina só operará durante alguns meses por ano, e isso é
a mais pura verdade. Ora, essa gente se espanta porque não fez o dever de casa
corretamente – basta analisar o regime hidrológico do rio para saber que a Mãe
Natureza estabeleceu a milhares de anos que o rio Xingu teria seis meses de
cheias e seis meses de vazante. Como modificar isso? Por decreto ou por uma ação
social através do Twitter ou do Facebook? Ora, os projetistas de Belo Monte
levaram essa característica hidrológica em consideração ao dimensionar a usina e
chegaram à conclusão de a obra seria viável. O empreendimento se comprovou
rentável, caso contrário os empresários e o governo não colocariam
um único centavo no negócio, não é verdade?
No mesmo vídeo, outros “iluminados” perguntam quem vai
pagar pela construção de Belo Monte. A resposta é simples, cara pálida: todos
nós, nem poderia ser diferente. Até onde sei, não há almoço grátis no “mundo
aqui fora”. Toda e qualquer obra e/ou grande programa de ação social levado a
efeito em um país é sempre pago pelo povo – vejam os exemplos de Itaipu (pagamos
até hoje, inclusive pelos paraguaios...), a construção de Brasília, a CPMF, a
ponte Rio-Niterói, os metrôs brasileiros, os programas oficiais do governo
(bolsas famílias e similares) etc etc.
STING E RAONI |
ELA É LINDA, NÃO É MESMO ? |
Paulo Erbisti
Imagens inseridas pelo Blog
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