quarta-feira, 14 de
março de 2012
A Comissão de
Constituição e Justiça do Senado aprovou, em caráter terminativo, um projeto
criado para constranger os veículos de comunicação: a proposta altera a
tramitação dos pedidos de direito de resposta a órgãos de imprensa e atropela o
trâmite natural dos processos.
Os maiores
beneficiários da proposta são justamente os políticos, alvo frequente de
denúncias da imprensa fiscalizadora. O trâmite judicial também será modificado
pela nova lei. As ações do tipo transcorrerão em rito especial, o que significa
uma celeridade muito maior na apreciação dos processos. Depois de ser acionado,
o juiz responsável terá 24 horas para comunicar o órgão de imprensa. Por sua
vez, o veículo deverá apresentar sua contestação em até três dias. Depois
disso, se o magistrado optar pelo provimento do pedido, o direito de resposta
deverá ser publicado em até dez dias. O relator dessa monstruosidade é um
senador do PDT, Pedro Taques.
Ao criar prazo
exíguos, a medida permite que os meios de comunicação sejam pressionados por
enxurradas de ações judiciais de forma orquestrada. A depender da forma como a
lei for aplicada, o excesso de direitos de resposta poderá atravancar o
trabalho da imprensa, que tem entre suas atribuições inalienáveis o exercício
da crítica e da denúncia.
O relator amenizou
trechos insólitos da proposta original de Roberto Requião. O peemedebista
queria, por exemplo, que as emissoras de rádio fossem obrigadas a dar, além do
tempo proporcional do direito de resposta, dez minutos adicionais para o
pronunciamento da pessoa atingida pela reportagem. No caso das emissoras de TV,
seriam três minutos extras.
O senador, inimigo
declarado dos meios de comunicação, também previa que os veículos de imprensa
simplesmente não pudessem ter direito ao efeito suspensivo em eventuais
decisões da Justiça sobre direito de resposta. O senador Roberto Requião tem um
longo histórico de ataques a imprensa. Quando governador do Paraná, ele usava a
TV pública para veicular ataques quase diários a veículos que apontavam os
problemas de sua gestão. O uso indevido da emissora levantou questionamentos do
Ministério Público Estadual.
No ano passado, o
peemedebista deu mostras daquilo que entende por liberdade de imprensa:
simplesmente arrancou um gravador das mãos de um repórter da Rádio
Bandeirantes. O motivo: o parlamentar se irritara com uma pergunta a respeito
da confortável aposentadoria que recebe como ex-governador. O senador também
ameaçou agredir o jornalista. E só devolveu o gravador, sem o áudio da
entrevista, horas depois.
Imagens inseridas pelo Blog
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