29 de mai. de 2012

A VERDADE DA FALSA NOTA DO MD À IMPRENSA

Vencida a perplexidade com as colocações presumidamente originárias da Nota do MD, ficam no ar alguns questionamentos que precisam ser expostos à meditação da Família Militar.

Inegavelmente, a violência dos termos usados não parecia ter sido originada de uma autoridade pública responsável pela administração dos interesses militares, mas mesmo assim a desfavorabilidades do quadro conjuntural a nosso respeito, ensejou uma reação imediata ante a perspectiva desenhada de um exacerbamento de atitudes que exigia uma pronta resposta.

Manifestações diversas ocorreram, alheando-se da prudência de se verificar a veracidade do que estava sendo divulgado, mas que, em essência, era a expressão de um estado de espirito latente em todos nós, ante a indiferença com que os agentes públicos têm usualmente demonstrado com relação às discussões sobre a situação salarial do militares. Efetivamente, vivemos no limite da tolerância, pois outras categorias profissionais, já regiamente remuneradas, tiveram a atenção do poder central em responder às suas expectativas remuneratórias.

O mentor da nota falsa, apesar de utilizar-se de um expediente não recomendável num momento de tantas incertezas e dúvidas sobre as nossas expectativas salariais, não deixou de expressar uma linha de pensamento presumidamente válida com relação ao que pode estar passando no pensamento daqueles a quem cabe a decisão de atender-nos em nossa luta por uma vida com dignidade.

A crueldade de suas palavras trouxe-nos a realidade de uma perspectiva de direcionamento de conduta possível de ser considerada como uma justificativa para tanta hesitação com relação a concessão de um reajuste salarial para os militares. 

Não restam dúvidas de que houve um exagero nas pressuposições, mas a questão que colocamos é:

  • apesar de falsas, não seria esse o âmago do pensamento de muitos sobre como tratar dos interesses dos militares? 
  • Ou seria essa a conduta que se espera de todos de, passivamente, aceitarmos o que se presume ser a saga da nossa condição de sermos militares? 
  • Seria essa a grande justificativa para colocar a responsabilidade sobre os nossos Comandantes de Força fazendo-nos crer de suas indiferenças com relação às expectativas salariais da tropa?


Muitas outras questões poderiam ser levantadas, mas o que consideramos importante é avaliar o que existe por detrás desse processo de transferência de responsabilidade que, na realidade dos fatos, coloca em dúvida se a ação de atendimento dos anseios e aspirações dos militares cabe ao Ministério da Defesa ou aos Comandos Militares? Dividir para conquistar deve ser o objetivo colimado, pois, sem dúvida, tenta-se insistentemente fomentar a separação entre militares em atividade e inativos, seja na preservação dessa dúvida, seja por outras atitudes inconfessáveis que preferimos não levantá-las para não incorrer em leviandades, embora os fatos possam nos conduzir a tantas outras dúvidas.

Em que pese sermos repetitivos em insistir na nossa UNIÃO, não vejo alternativas que afirmem o contrario. Não adianta perdermos tempo em procurar um líder, pois a contra-revolução de 64 eliminou todos os então emergentes. O que nos resta, e isso é imperioso que se reconheça, é recorrermos às nossas entidades representativas da Família Militar, fortalecendo-as com a nossa presença, e colaborando para que elas sejam, efetivamente, o canal por onde fruirão os mecanismos de defesa dos nossos interesses. 

Waldemar da Mouta Campello Filho
Capitão-de-Mar-e-Guerra

Acho muito pertinente a  manifestação do CMG Campello, mas fico com a impressão de que ele só imaginou a possibilidade da ação de guerra psicológica ser "cinza". No meu entender, não está afastada a possibilidade de ser um balão de ensaio "negro". Daí... é de bom aviso considerar a recomendação de Tulius Detritus, inserida pelo Blog. 

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