Gen Bda Ref Paulo Chagas
Caros amigos
O Sr Embaixador Celso Amorim não seria tão
inocente, ousado e abusado a ponto de querer tornar-se o preceptor dos militares
e dar-lhes lições de moral e de economia doméstica, muito menos quando a lição
envolve tema sensível como a dignidade da Família
Militar!
O Sr Ministro ainda tem muito a aprender, mas a
idade e a carreira de estado que escolheu, e por cujos critérios conquistou
todos os postos, devem ter-lhe ensinado que a arrogância e a presunção são
qualificativos que depreciam a autoridade junto a qualquer coletividade,
particularmente no ambiente da caserna, onde a humildade é a virtude que define
o comportamento exigido do chefe que pretende lustrar sua ação com o brilho da
liderança!
O Sr Embaixador, embora noviço em assuntos
militares, já deve ter sido informado de que ser Soldado não é apenas vestir uma
farda, receber e cumprir ordens, portar e manejar armas e munições, ter comida
no rancho, cama no alojamento, água no cantil e ração no bornal ! Ele já sabe que
ser Soldado é, antes de tudo, ser um cidadão, homem ou mulher, que, por vocação
e amor à Pátria, jurou a ela dedicar o valor da vida, a vida inteira,
exclusivamente !
O Sr Embaixador já tem, com certeza,
conhecimento de que, na visão dos Militares, à Pátria tudo se dá e nada se pede, e ela, por intermédio de seus demais filhos, reconhece, como tem reconhecido, o
valor, a importância, a dedicação, o sacrifício e, principalmente, a honestidade
e o caráter dos seus Soldados, valores em falta no Brasil desde que corruPTos assumiram os postos chave da
nação!
O Sr Ministro já deve saber também que o
juramento e a dedicação exclusiva do Soldado incluem sofrimento e treinamento
técnico, físico e moral, à exaustão ! O Soldado tem que saber, e sabe, o que é
passar fome, sentir dor, ter sede e esgotamento físico. Isto faz parte da sua
preparação para a guerra, mas, nesta preparação não está incluída a participação
da sua família, nem tão pouco a negação do seu direito de ter uma família ! Pelo
contrário, para dispor-se a passar por todas as adversidades que lhe impõem a
profissão, o Soldado tem que ter a certeza de que tem um lar e sua família a
esperá-lo e que esta está protegida por um mínimo de dignidade, como muito bem
sublinhou o Sr Comandante do Exército no último dia 19 de
abril !
É importante, portanto, aproveitar este ensejo
para lembrar ao Sr Ministro da Defesa, Embaixador Celso Amorim, como foi dito no
derradeiro parágrafo da falsa mensagem, que "a profissão militar exige
disciplina não só nos afazeres profissionais diários, mas também na condução da
vida privada, o que remete a uma conduta de parcimônia e desprendimento no uso
da pecúnia percebida como remuneração, sendo a vida simples e o desapego a bens
materiais uma virtude" PRATICADA pelo soldado, muito além do que
lhe tem sido dado em troca e em reconhecimento por seu trabalho, por sua
importância e por sua dedicação à
Pátria!
Caros amigos, a "nota para a imprensa" é falsa,
mas nos dá a oportunidade para participar e contribuir para o aprendizado do Sr
Ministro e para darmo-nos a conhecer um pouco mais a ele !
Gen Bda Paulo
Chagas
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Antecipadamente agradeço seu comentário. Magal