21 de abr. de 2012


Branco, honesto, contribuinte, eleitor, hetero... Pra que ?
Ives Gandra da Silva Martins
21 Abr 2012



Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades, e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.

Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também - passaram a ser donos de 15% do território nacional, enquanto os outros 185 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele.. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.

Aos "quilombolas", que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria!

Os invasores de terras, que violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que o governo considera, mais que legítima, meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', porque cumpre a lei.

Desertores, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.

E são tantas as discriminações, que é de perguntar: de que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?

Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios.



Ives Gandra da Silva Martins é renomado professor emérito das universidades Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado do Exército e presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.

18 de abr. de 2012

A Falência Múltipla dos órgãos públicos
Arnaldo Jabor

Os corruptos ajudam-nos a descobrir o País. Há sete anos, Roberto Jefferson nos abriu a cortina do mensalão. Agora, com a dupla personalidade de Demóstenes Torres, descortinamos rios e florestas e a imensa paisagem de Cachoeira. Jefferson teve uma importância ideológica.

Cachoeira é uma inovação sociológica. Cachoeira é uma aula magna de ciência política sobre o Sistema do País. Vamos aprender muito com essa crise. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras, de palavras que eclodiram diante de nossos olhos nas últimas semanas. Meu Deus, que riqueza, que profusão de cores e ritmos em nossa consciência política! Que fartura de novidades da sordidez social, tão fecunda quanto a beleza de nossas matas, cachoeiras, várzeas e flores.

Roberto Jefferson denunciou os bolchevistas no poder, os corruptos que roubavam por "bons motivos", pelo "bem do povo", na base dos "fins que justificam os meios". E, assim, defenestrou a gangue de netinhos de Lenin que cercavam o Lula que, com sua imensa sorte, se livrou dos mandachuvas que o dominavam. Cachoeira é uma alegoria viva do patrimonialismo, a desgraça secular que devasta a história de nosso País. Sarney também seria 'didático', mas nada gruda nele, em seu terno de 'teflon'; no entanto, quem estudasse sua vida entenderia o retrato perfeito do atraso brasileiro dos últimos 50 anos.

Cachoeira é a verdade brasileira explícita, é o retrato do adultério permanente entre a coisa pública e privada, aperfeiçoado nos últimos dez anos, graças à maior invenção de Lula: a 'ingovernabilidade'.

Cachoeira é um acidente que rompeu a lisa aparência da 'normalidade' oficial do País. Sempre soubemos que os negócios entre governo e iniciativa privada vêm envenenados pelas eternas malandragens: invenção de despesas inúteis (como as lanchas do Ministério da Pesca), superfaturamento de compras, divisão de propinas, enfrentamento descarado de flagrantes, porque perder a dignidade vale a pena, se a grana for boa, cabeça erguida negando tudo, uns meses de humilhações ignoradas pelo cinismo e pela confiança de que a Justiça cega, surda e muda vai salvá-los. De resto, com a grana na 'cumbuca', as feridas cicatrizam logo.

O governo do PT desmoralizou o escândalo e Cachoeira é o monumento que Lula esculpiu. Lula inventou a ingovernabilidade em seu proveito pessoal. Não foi nem por estratégia política por um fim 'maior' - foi só para ele.

Achávamos a corrupção uma exceção, um pecado, mas hoje vemos que o PT transformou a corrupção em uma forma de governo, em um instrumento de trabalho. A corrupção pública e a privada é muito mais grave e lesiva que o tráfico de drogas.

Lula teve a esperteza de usar nossa anomalia secular em projeto de governo. Essa foi a realização mais profunda do governo Lula: o escancaramento didático do patrimonialismo burguês e o desenho de um novo e 'peronista' patrimonialismo de Estado.

Quando o paladino da moralidade Demóstenes ficou nu, foi uma mão na roda para dezenas de ladrões que moram no Congresso: "Se ele também rouba, vamos usá-lo como um Omo, um sabão em pó para nos lavar, vamos nos esconder atrás dele, vamos expor nosso escândalo por seu comportamento e, assim, seremos esquecidos!"

Os maiores assaltantes se horrorizaram, com boquinha de nojo e olhos em alvo: "Meu Deus... como ele pôde fazer isso?..."

Usam-no como um oportuno bode expiatório, mas ele é mais um 'boi de piranha' tardio, que vai na frente para a boiada se lavar atrás.
Demóstenes foi uma isca. O PT inventou a isca e foi o primeiro a mordê-la. "Otimo!" - berrou o famoso estalinista Rui Falcão - "Agora vamos revelar a farsa do mensalão!" - no mesmo tom em que o assassino iraniano disse que não houve holocausto. "Não houve o mensalão; foi a mídia que inventou, porque está comprada pela oposição!" Os neototalitários não desistem da repressão à imprensa democrática...

E foi o Lula que estimulou a CPI, mesmo prejudicando o governo de Dilma, que ele usa como faxineira também das performances midiáticas que cometeu em seu governo. Dilma está aborrecida. Ela não concorda que as investigações possam servir para que o Partido se vingue dos meios de comunicação e não quer paralisar o Congresso. Mas Lula não liga. "Ela que se vire..." - ele pensa em seu egoísmo, secretamente, até querendo que ela se dane, para ele voltar em 14. Agora, todo mundo está com medo, além da presidente. O PT está receoso - talvez vagamente arrependido. Pode voltar tudo: aloprados, caixas 2 falsas, a volta de Jefferson, Celso Daniel, tantas coisinhas miúdas... 

A CPI é um poço sem fundo. O PMDB, liderado pelo comandante do atraso Sarney, também está com medo. A velha raposa foi contra, pois sabe que merda não tem bússola e pode espirrar neles. Vejam o pânico de presidir o Conselho de Ética, conselho que tem membros com graves problema na Justiça. Se bem que é maravilhoso o povo saber que Renan, Juca, Humberto Alves, Gim Argello, Collor serão os 'catões', os puros defensores da decência... Não é sublime tudo isso? 

Nunca antes, em nossa história, alianças tão espúrias tiveram o condão de nos ensinar tanto sobre o Brasil. A cada dia nos tornamos mais sábios, mais cultos sobre essa grande chácara de oligarquias. E eu estou otimista. Acho que tudo que ocorre vai nos ensinar muito. Há qualquer coisa de novo nessa imundície. O mundo atual demanda um pouco mais de decência política. Cachoeira, Jefferson, Durval Barbosa nos ensinam muito. Estamos progredindo, pois aparece mais a secular engrenagem latrinária que funciona abaixo dos esgotos da pátria. A verdade está nos intestinos da política.

Mas, o País é tão frágil, tão dependente de acasos, que vivemos com o suspense do julgamento do mensalão pelo STF.

Se o ministro Ricardo Lewandowski não terminar sua lenta leitura do processo, nada acontecerá e a Justiça estará desmoralizada para sempre.

Arnaldo Jabor é Jornalista e Cineasta. 
Publicado em O Globo e no Estadão de 17 de abril de 2012.
Imagens inseridas pelo Blog

DRAMÁTICA OCORRÊNCIA EM UMA PEQUENA CIDADE DA BÉLGICA

17 de abr. de 2012


A SENSAÇÃO DE VOAR
     
Aconteceu na Noruega.


Clique na imagem para assistir

Walk the Prank: Secret Story of Mysterious Portrait at Pentagon



WASHINGTON—In a Pentagon hallway hung an austere portrait of a Navy man lost at sea in 1908, with his brass buttons, blue-knit uniform and what looks like meticulously blow-dried hair.

Wait. Blow-dried hair?
The portrait of "Ensign Chuck Hord," framed in the heavy gilt typical of government offices, may be the greatest—or perhaps only—prank in Pentagon art history. "Chuck Hord" can't be found in Navy records of the day. It isn't even a real painting. The textured, 30-year-old photo is actually of Capt. Eldridge Hord III, 53 years old, known to friends as "Tuck," a military retiree with a beer belly and graying hair who lives in Burke, Va.
[PORTRAIT]
Department of Defense
'Ensign Chuck Hord, lost at sea.'
Most military officers who climb the ranks or command daring battles only dream of having a portrait hang in a corridor of power at the Pentagon alongside the likes of Patton, Nimitz and Eisenhower. Capt. Hord's made its way to the Pentagon's C-ring hallway via several parties, an alliance of British and Canadian military officers and a clandestine, predawn operation later dubbed "THE PROJECT."
The picture came into existence after Capt. Hord graduated from the U.S. Naval Academy in 1982. During a visit to then-Ensign Hord's hometown of Kingsport, Tenn., his proud parents suggested he sit for a formal portrait. Wearing midshipman's garb and an Annapolis class ring, he posed for the town's best-known photographer in front of a cloth screen with his arms resting on an antique-looking chair.
The photographer liked the photo so much he framed several copies and hung them in stores around Kingsport to advertise his business, Capt. Hord says. Some were textured and signed to resemble oil paintings.
Colleagues say Capt. Hord has always been something of a prankster. His 1982 Naval Academy yearbook says he "never let academic problems interfere with his two favorite pastimes, drinking beer in dives and playing the ponies."
After his graduation, he went to sea, captained a guided-missile frigate in the Pacific hunting for drug runners and studied at the National War College.
In his first stint at the Pentagon starting in 1997, his slapstick sense of humor earned him the title of the "George Costanza" of the Joint Staff, a reference to a character from the sitcom "Seinfeld."
Over the next 20 years, some of the portraits found their way back to the Hord family. In 2004, Capt. Hord says his sister surprised him by bringing the largest one—3 feet tall—to a party at his Virginia house. She left it by the front door.
Capt. Hord at the time was director of the Multinational Interagency division, a new Pentagon office designed to coordinate military logistics between the U.S. and its closest allies.
Office colleagues say Capt. Hord developed close bonds with his British, Canadian and Australian counterparts. Their office boasted its own beer fridge.
Several of Capt. Hord's work colleagues attended the 2004 party, including a British captain who smuggled the portrait into his car and put it on display at the office. Capt. Hord, amused, called it an act of "buffoonery."
[PORTRAIT-Ahed]
TUCK HORD
The portrait then started making surprise appearances at events when Capt. Hord was in attendance. It attended his 2005 farewell party when he left the Pentagon office to take a new post in Diego Garcia, an Indian Ocean atoll where the Navy has a base.
He left the portrait with his officemates, who placed it on the wall above his old desk.
In 2009, British Naval Capt. Mike Bullock, now a commodore, lugged the heavy portrait past armed Pentagon security guards, onto a subway train and to Capt. Hord's retirement party at Washington's Navy Memorial.
"I was expecting to be questioned by the Pentagon police why I was taking the picture out of the building and instead was helped through the barrier!" Commodore Bullock recalled.
After the party, Capt. Hord refused to take ownership of the portrait, Commodore Bullock said. "I think the contrast between the Ens. Hord and the retiring Capt. Hord was too much for him!" he added.
Back on the wall in the office, visitors often asked who it depicted. "They all looked at it and said, 'Man, what year was that? It looks like the 1800s,' " said Canadian Lt. Col. Brook Bangsboll.
That was the light-bulb moment. On one of his last days at the Pentagon, Lt. Col. Bangsboll went to a jewelry shop to have a brass plaque engraved, egged on by colleagues and co-conspirators. "We didn't know what to do so we said, 'Let's just lose him at sea,' " Lt. Col. Bangsboll said. "It makes it interesting and kind of mysterious."
He kept the circumstances of the ensign's death vague because he thought some nosy Navy historian would spot the ruse if the plaque cited a specific battle.
The jeweler made a typo, engraving "Chuck" instead of "Tuck." Lt. Col. Bangsboll felt that was fitting, given the surreptitious nature of his endeavor. It read:
ENS CHUCK HORD
USNA, CIRCA 1898
LOST AT SEA 1908
Lt. Col. Bangsboll scouted the halls for the right spot. He planned to put the portrait in a foyer dedicated to logistics—the office's specialty—but feared those responsible for displays in the area would catch on.
He settled on a previously unadorned hallway which gets less foot traffic. At 6:15 a.m. on July 29, 2011, Lt. Col. Bangsboll spirited the portrait to the hallway and drove a large screw into the wall.
"The place was quiet," he recalls. "No one noticed."
For the next seven months, the portrait attracted little attention. One Pentagon official, as he walked by the photo, said it had never crossed his mind to look twice.
Unfortunately for Capt. Hord, the gag is up.
After The Wall Street Journal asked Pentagon officials about the long-lost sailor's suspiciously modern hairstyle, Lt. Col. Bangsboll, who has returned to Ottawa, received what he described as a "fairly frantic email" from an American major still in the liaison office.
"They're onto you, sir," U.S. Army Maj. Brooke Stull told Lt. Col. Bangsboll. "We've had to take the picture down."
A Pentagon official explained by email why Capt. Hord's picture was removed from the public hallway. "There's an approval process for Pentagon portraits and this beautiful picture has not been approved for display :)"
Capt. Hord makes no apologies.
"A little bit of alcohol and a whole big dose of irreverence plays into it," he said. "Plus you feel like you're getting one over on somebody."
But he also seems a bit sad. "I started that office and this was going to put me in perpetuity in the Pentagon," he said with a sigh.
The portrait, whose frame was badly damaged after its removal from the wall, now sits on the floor of the office where Capt. Hord once worked, leaning against a cubicle wall.
The Gael
Tema do filme "O Último dos Moicanos"
(Military Style)


E pensar que eu ria da cara dele...
O grande parlamentar brasileiro TIRIRICA foi diplomado em 17 Dez 2010.
  • Salário: R$ 26.700,00
  • Ajuda Custo: R$ 35.053,00
  • Auxilio Moradia: R$ 3.000,00
  • Auxilio Gabinete: R$ 60.000,00
  • Despesa Médica pessoal e familiar: ILIMITADA E INTERNACIONAL (livre escolha de medicos e clinicas).
  • Telefone Celular: R$ ILIMITADO.  
Ainda como bônus anual: 
  • R$ (+ 2 salários = 53.400,00)
  • Passagens e estadia: primeira classe ou executiva sempre
  • Reuniões no exterior: dois congressos ou equivalente todo ano.
  • Mensalão: A COMBINAR !  
Custo médio mensal: R$ 250.000,00

Aposentadoria: total depois de 8 (oito) anos e com pagamento integral.

Fonte de custeio: NOSSO BOLSO!

Dá para chamar ele de palhaço?

Pense bem: quem é o palhaço ?!  
Nem é preciso dizer...  

: ^))


O Livro Negro do Comunismo
Roberto Campos
Folha de S. Paulo e O Globo
19 Abr 1998

"Le livre noir du communisme" (Edições Robert Laffont, Paris, 1997), escrito por seis historiadores europeus, com acesso a arquivos soviéticos recém-abertos, é uma espécie de enciclopédia da violência do comunismo.  O chamado "socialismo real" foi uma tragédia de dimensões planetárias, superior em abrangência e intensidade ao seu êmulo totalitário do entre-guerras, o nazifascismo.
Ao contrário da repressão episódica e acidental das ditaduras latino-americanas, a violência comunista se tornou um instrumento político-ideológico, fazendo parte da rotina de governo.

Essa sistematização do terror não é rara na história humana, tendo repontado na Revolução Francesa do século 18 na fase violenta do jacobinismo, na "industrialização do extermínio judaico" pelos nazistas, e - confesso-o com pudor - na inquisição da Igreja Católica, que durante séculos queimava os corpos para purificar as almas.

O "Livre noir" me veio às mãos num momento oportuno em que, reaberto na mídia e no Congresso o debate sobre a violência de nossos "anos de chumbo" nas décadas de 60 e 70, me pusera a reler o "Brasil Nunca Mais", editado em 1985 pela Arquidiocese de São Paulo.

Comparados os dois, verifica-se que o Brasil não ultrapassou o abecedário da violência, palco que foi de um miniconflito da Guerra Fria, enquanto que o "Livre noir" é um tratado ecumênico sobre as depravações ínsitas do comunismo, este sem dúvida o experimento mais sangrento de toda a história humana.

Produziu quase 100 milhões de vítimas, em vários continentes, raças e culturas, indicando que a violência comunista não foi mera aberração da psique eslava, mas, sim, algo diabolicamente inerente à engenharia social marxista, que, querendo reformar o homem pela força, transforma os dissidentes primeiro em inimigos e, depois, em vítimas.

A aritmética macabra do comunismo assim se classifica por ordem de grandeza: China (65 milhões de mortos); União Soviética (20 milhões); Coréia do Norte (2 milhões); Camboja (2 milhões); África (1,7 milhão, distribuído entre Etiópia, Angola e Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão); Vietnã (1 milhão); Leste Europeu (1 milhão); América Latina (150 mil entre Cuba, Nicarágua e Peru); movimento comunista internacional e partidos comunistas no poder (10 mil).

O comunismo fabricou três dos maiores carniceiros da espécie humana - Lênin, Stálin e Mao Tse-tung.  Lênin foi o iniciador do terror soviético.  Enquanto os czares russos em quase um século (1825 a 1917) executaram 3.747 pessoas, Lênin superou esse recorde em apenas quatro meses após a revolução de outubro de 1917.

Alguns líderes do Terceiro Mundo figuram com distinção nessa galeria de assassinos.  Em termos de percentagem da população, o campeão absoluto foi Pol Pot, que exterminou em 3,5 anos um quarto da população do Camboja.

Fidel Castro, por sua vez, é o campeão absoluto da "exclusão social", pois 2,2 milhões de pessoas, equivalentes a 20% da população da ilha, tiveram de fugir.  Juntamente com o Vietnã, Fidel criou uma nova espécie de refugiado, o "boat people" - ou seja, os "balseros", milhares dos quais naufragaram, engordando os tubarões do Caribe.

A vasta maioria dos países comunistas é culpada dos três crimes definidos no artigo 6º do Estatuto de Nuremberg: crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

A discussão brasileira sobre os nossos "anos de chumbo" raramente situa as coisas no contexto internacional da Guerra Fria, a qual alcançou seu apogeu nos anos 60 e 70, provocando um "refluxo autoritário" no Terceiro Mundo.  Houve intervenções militares no Brasil e na Bolívia em 1964, na Argentina em 1966, no Peru em 1968, no Equador em 1972, e no Uruguai em 1973.

Fenômeno idêntico ocorreu em outros continentes.  Os militares coreanos subiram ao governo em 1961 e adquiriram poderes ditatoriais em 1973.  Houve golpes militares na Indonésia em 1965, na Grécia em 1967 e, nesse mesmo ano, o presidente Marcos impunha a lei marcial nas Filipinas, e Indira Gandhi declarava um "regime de emergência".  Em Taiwan e Cingapura houve autoritarismo civil sob um partido dominante.

O grande mérito dos regimes democráticos é preservar os direitos humanos, estigmatizando qualquer iniciativa de violá-los.  Mas por lamentáveis que sejam as violências e torturas denunciadas no "Brasil, Nunca Mais", elas empalidecem perto das brutalidades do comunismo cubano, minudenciadas no "Livre noir".

Comparados ao carniceiro profissional do Caribe, os militares brasileiros parecem escoteiros destreinados apartando um conflito de subúrbio...  Enquanto Fidel fuzilou entre 15 mil e 17 mil pessoas (sendo 10 mil só na década de 60), o número de mortos e desaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979, a julgar pelos pedidos de indenização, seria em torno de 288, segundo a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, e de 224 casos comprovados, segundo a Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça.  O Brasil perde de longe nessa aritmética macabra.

Em 1978, quando em nosso Congresso já se discutia a "Lei da Anistia", havia em Cuba entre 15 mil e 20 mil prisioneiros políticos, número que declinou para cerca de 12 mil em 1986.  No ano passado, 38 anos depois da Revolução de Sierra Maestra, ainda havia, segundo a Anistia Internacional, entre 980 e 2.500 prisioneiros políticos na ilha.  Em matéria de prisões e torturas, a tecnologia cubana era altamente sofisticada, havendo "ratoneras", "gavetas" e "tostadoras".  Registre-se um traço de inventividade tecnológica - a tortura "merdácea", pela imersão de prisioneiros na merda.

Não houve prisões brasileiras comparáveis a La Cabaña (onde ainda em 1982 houve 100 fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5 ou Pinar Del Rio.  Com estranha incongruência, artistas e intelectuais e políticos que denunciam a tortura brasileira visitam Cuba e chegam mesmo a tecer homenagens líricas a Fidel e a seu algoz-adjunto Che Guevara.

Este, como procurador-geral, foi comandante da prisão La Cabaña, onde, nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos (dos 550 confessados por Fidel Castro), inclusive as execuções de Jesus Carreras, guerrilheiro contra a ditadura batista, e de Sori Marin, ex-ministro da agricultura de Fidel.  Note-se que Che foi o inventor dos "campos de trabalho coletivos", na península de Guanaha, versão cubana dos "gulags soviéticos" e dos "campos de reeducação" do Vietnã.

A repressão comunista tem características particularmente selvagens.  A responsabilidade é "coletiva", atingindo não apenas as pessoas, mas as famílias.  É habitual o recurso a trabalhos forçados, em campos de concentração.  Não há separação carcerária, ou mesmo judicial, entre criminosos comuns e políticos.  Em Cuba, criou-se um instituto original, o da "periculosidade pré-delitual", podendo a pessoa ser presa por mera suspeita das autoridades, independentemente de fatos ou ações.

Causa-me infinda perplexidade, na mídia internacional e em nosso discurso político local, a "angelização" de Fidel e Guevara e a "satanização" de Pinochet.  Isso só pode resultar de ignorância factual ou de safadeza ideológica.

Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está no poder há 39 anos.  Pinochet promoveu a abertura econômica e iniciou a redemocratização do país, retirando-se após derrotado em plebiscito e em eleições democráticas como senador vitalício (solução que, se imitada em Cuba, facilitaria o fim do embargo).

Fidel considera uma obscenidade a alternância no poder, preferindo submeter a nação cubana à miséria e à fome, para se manter ditador.  Pinochet deixou a economia chilena numa trajetória de crescimento sustentado de 6,5% ao ano.  Antes de Fidel, a economia cubana era a terceira em renda por habitante entre os latino-americanos e hoje caiu ao nível do Haiti e da Bolívia.

O Chile exporta capitais, enquanto Fidel foi um pensionista da União Soviética e, agora, para arranjar divisas, conta com remessas de exilados e receitas de turismo e prostituição.  Em termos de violência, o número de mortos e desaparecidos no Chile foi estimado em 3.000, enquanto Fidel fuzilou 17 mil!

Apesar de fronteiras terrestres porosas, o Chile, com população comparável à de Cuba e sem os tubarões do Caribe, sofreu um êxodo de apenas 30 mil chilenos, hoje em grande parte retornados.  Sob Fidel, 20% da população da ilha, ou seja, algo que nas dimensões brasileiras seria comparável à Grande São Paulo, teve de fugir.

Em suma, Pinochet submeteu-se à democracia e tem bom senso em economia.  Fidel é um PhD em tirania e um analfabeto em economia.  O "Livre noir" nos dá uma idéia da bestialidade de que escapamos se triunfassem os radicais de esquerda.  Lembremo-nos que, em 1963, Luiz Carlos Prestes declarava desinibidamente que "nós os comunistas já estamos no governo, mas não ainda no poder".

Parece-me ingenuidade histórica imaginar que, na ausência da revolução de 1964, o Brasil manteria apenas com alguns tropeços sua normalidade democrática.  A verdade é que Jango Goulart não planejara minimamente sua sucessão, gerando suspeitas de continuísmo.  E estava exposto a ventos de radicalização de duas origens: a radicalização sindical, que levaria à hiperinflação, e a radicalização ideológica, pregada por Brizola e Arraes, que podia resultar em guerra civil.

É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que, no albor dos anos 60, este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: "anos de chumbo" ou "rios de sangue"...

Contribuição do Blog (apenas divulgação, sem fins comerciais, he he he)

"Le livre noir du communisme" (Edições Robert Laffont, Paris, 1997) foi publicado no Brasil em 2001 pela Editora Bertrand Brasil, sob o título "O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO", e pode ser encontrado em qualquer boa livraria. A Editora também atende pelo Reembolso Postal (Tel 21 2585-2070; Fax 21 2585-2087).
AI SE EU TE PEGO
Interpretado pela dama de vermelho

16 de abr. de 2012

AS MELHORES APLICAÇÕES GRATUITAS PARA PC E MAC


Clique na imagem para ir ao site.

No site, clique no icon para ver uma rápida descrição da aplicação e, se desejar, baixá-la.

Recomendo a maioria (e faço uso).

Presente do Magal.



Conhecendo a galera


Todos conhecem os efeitos de Trojans, Vírus e Worms; mas, você sabe como eles agem ?

Geralmente tudo o que é detectado pelo antivírus costuma ser considerado como "Vírus" - mas nem sempre isso é verdade. Hoje em dia, a maioria dos programas antivírus detectam uma vasta gama de pragas virtuais, que inclui trojans, worms, spywares etc - todos daninhos ao seu computador e programas.

Vírus
Um vírus é um programa auto-replicante que se anexa a arquivos executaveis. Quando o arquivo é executado pelo usuario, o vírus é executado ao mesmo tempo e entra na memória do sistema. Uma vez na memória, ele passa a procurar por outros arquivos que possam ser infectados ou fica rodando em segundo plano e infecta qualquer arquivo utilizado ou acessado pelo programa infectado.

Worms (Vermes)
Os Worms são muito similares aos vírus, mas agem de forma diferente porque não se anexam a arquivos executáveis e utilizam a rede para se replicar. Se você perceber que seu computador está muito lento, pode ser que esteja infectado por um worm. Um Worm não precisa da ação do usuário para funcionar.

Trojan (Cavalo de Tróia)
Um cavalo de Tróia é um programa perigoso que pode parecer inofensivo para o usuário antes de sua instalação, mas em vez disso, ele é  projetado para facilitar o acesso remoto não autorizado a um computador. O Cavalo de Tróia não se replica.

Spyware
Spyware é um programa que monitora e coleta informações de seu computador, secretamente. Ele costuma executar em modo stealth (invisível) e não pode ser detectado facilmente. Keyloggers são um bom exemplo de spyware. Ele não está limitado a apenas espionar. Também envia dados para computadores remotos

Scareware
Também conhecido como crimeware, muitas vezes aparece como um alerta de um antivírus falso numa página web. Se você acredita no alerta e baixa o programa antivírus falso, ele informará que você tem vírus no sistema. O programa antivírus pede, então, um número de cartão de crédito, insistindo em um pagamento antes de "corrigir" seu sistema. O Scareware mantém seu sistema "refém" até que você pague ou remova-o.
O recorde estabelecido pelo presidente do PT confirma: quem mente pisca muito mais

Augusto Nunes 12/04/2012  às 20:54 \ Direto ao Ponto

O presidente do PT, Rui Falcão, registrou o que acha da CPI do Cachoeira num vídeo gravado nesta quarta-feira. Em apenas 1min50 de palavrório, garantiu que:

1. O senador Demóstenes Torres não deixou o DEM para antecipar-se à expulsão inevitável. Afastou-se para impedir, espertamente, que as investigações sobre seus vínculos com Carlinhos Cachoeira chegassem ao partido.

2. É fundamental neutralizar a “operação-abafa” concebida para abortar a CPI que, no momento da gravação, já fora aprovada pela aliança governista e pela oposição.

3. O nome certo da CPI do Cachoeira é “CPI do Demóstenes”.

4. Além de Demóstenes, as patifarias do delinquente goiano envolvem o governador Marconi Perillo. Não são mencionados os companheiros Protógenes Queiroz, Rubens Otoni, Olavo Noleto e Agnelo Queiroz, submersos na mesma cachoeira desde o começo da semana.

5. O PT está comprometido com a luta contra a corrupção e os corruptos. Os bandidos estão todos na oposição.

6. Os corruptores e corruptos agem com o apoio dos grandes órgãos de comunicação, em parceria com falsos moralistas e fariseus que apenas simulam apreço pelos bons costumes que os governistas preservam.

7. A CPI do Demóstenes é indispensável “para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão”.

Com sete atropelamentos da verdade em 110 segundos, Falcão alcançou um índice impressionante. Também confirmou que quem mente pisca muito mais. Gente normal pisca de 10 a 15 vezes por minuto. Ao longo da discurseira, o presidente do PT conseguiu estabeleceu uma marca admirável: 63. Mais de 30 por minuto. É um recorde. E é a prova definitiva de que o que diz um Rui Falcão tem tanto valor quanto uma promessa de Dilma, uma crítica literária assinada por Lula ou uma cédula de três reais.
Mensalão - II

Mensalão - I



O PAÍS QUER SABER

30/03/2012
Júlia Rodrigues 
Depois do trem-bala invisível, o governo inventa o navio que não navega
Em 7 de maio de 2010, ao lado da sucessora que escolhera e do governador pernambucano Eduardo Campos, o presidente Lula estrelou no Porto de Suape um comício convocado para festejar muito mais que o lançamento de um navio: primeiro a ser construído no país em 14 anos, o petroleiro João Cândido fora promovido a símbolo da ressurreição da indústria naval brasileira. Produzida pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), incorporada ao Programa de Modernização e Expansão de Frota da Transperto (Promef) e incluída no ranking das proezas históricas do PAC, a embarcação com 274 metros de comprimento e capacidade para carregar até um milhão de barris de petróleo havia consumido a bolada de R$ 336 milhões – o dobro do valor orçado no mercado internacional.

Destacavam-se na plateia operários enfeitados com adesivos que registravam sua participação no parto de mais uma façanha do Brasil Maravilha. Seria uma festa perfeita se o colosso batizado em homenagem ao marinheiro que liderou em 1910 a Revolta da Chibata não tivesse colidido com a pressa dos políticos e a incompetência dos técnicos. Assim que o comício terminou, o petroleiro foi recolhido ao estaleiro antes que afundasse ─ e nunca mais tentou flutuar na superfície do Atlântico.

O vistoso casco do João Cândido camuflava soldas defeituosas e tubulações que não se encaixavam, além de um rombo cujas dimensões prenunciavam o desastre iminente. Se permanecesse mais meia hora no mar, Lula seria transformado no primeiro presidente a inaugurar um naufrágio. Estacionado no litoral pernambucano desde o dia do nascimento, nem por isso o navio deixou de percorrer o país inteiro. Durante a campanha presidencial, transportado pela imaginação da candidata Dilma Rousseff, fez escala em todos os palanques e foi apresentado ao eleitorado como mais uma realização da supergerente que Lula inventou.

A assessoria de imprensa da Transpetro se limita a informar que não sabe quando o João Cândido vai navegar de verdade. O Estaleiro Atlântico Sul, criado com dinheiro dos pagadores de impostos, não tem nada a dizer. Nem sobre o petroleiro avariado nem sobre os outros 21 encomendados pelo governo. No fim de 2011, o EAS adiou pela terceira vez a entrega do navio. A Petrobras, que controla a Transpetro, alegou que os defeitos de fabricação só podem ser consertados no exterior.

Quando o presidente era Nilo Peçanha, João Cândido comandou uma rebelião que exigia a abolição dos castigos físicos impostos aos marinheiros. Passados 102 anos, Dilma e Lula resolveram castigá-lo moralmente com a associação de seu nome a outro espanto da Era da Mediocridade: depois do trem-bala invisível, o governo inventou o navio que não navega.



Obama calls for through inquiry in Secret Service prostitution scandal
By David Nakamura and Ed O’Keefe, Published: April 15


President Obama said Sunday that he wants the investigation of the prostitution scandalthat led 11 U.S. Secret Service agents to be returned home from Cartagena, Colombia, where they had been sent to provide protection for him, to be thorough and rigorous.


During a news conference Sunday at the conclusion of the Summit of the Americas, Obama said he expects all agents to conduct themselves with “dignity and probity” and all U.S. personnel to “observe the highest standards” when serving abroad.



If the allegations that the men brought prostitutes to their hotel rooms on Wednesday prove true, Obama said, “then, of course, I’ll be angry.”



“We’re representing the people of the United States,” he said.



Obama’s remarks were his first about the growing scandal. The Secret Service placed the men on administrative leave pending an internal investigation. The agents — who were removed from Cartagena on Thursday and replaced with a new team shortly before Obama’s arrival Friday — were returned to Washington and interviewed by the Office of Professional Responsibility, the agency’s internal affairs unit.



Meanwhile, the Defense Department has ordered its own inquiry after determining that five of its personnel, who were staying at the same hotel as the Secret Service agents, violated curfew on Wednesday night. All of the U.S. personnel were part of Obama’s advance team that was preparing logistics and security for his arrival.



The alleged misconduct came to light after one of the agents became involved in a dispute with a woman Thursday morning over a payment, and Colombian police reported the matter to the U.S. Embassy.



The controversy has shifted some attention away from Obama’s trip to the economic summit, at least in the United States, where the media have focused on the accusations of heavy drinking and womanizing.



Obama was asked about the matter by a reporter in his joint news conference with Colombian President Juan Manuel Santos. Obama made a point to praise the Secret Service in general, emphasizing that the agency does “very hard work under very stressful circumstances.”



“I’m very grateful for what they do,” he said. “I will wait until the full investigation [is completed] until I pass final judgment.”



Lawmakers in Washington were pressing Sunday for more details about the investigation.



House Oversight and Government Reform Committee Chairman Darrell Issa (R-Calif.), whose panel maintains jurisdiction over all federal agencies, said he has reason to believe that more than 11 agents were involved.



“We think the number might be higher, and we’re asking for the exact amount of all the people who, quote, were involved,” he said on CBS’s “Face the Nation.”



Issa did not elaborate on that statement, and his office did not respond to follow-up questions from The Washington Post.



On the talk show, Issa also said: “This kind of a breach is a breach in the federal workforce’s most elite protective unit, and they don’t just protect the president, of course; they protect the Cabinet members, the vice president, the first family, candidates. So when you look at this, you realize if you can have this kind of breakdown, one that could lead to blackmail . . . then we’ve got to ask: Where are the systems in place to prevent this in the future?”



The Secret Service agents allegedly involved are a mix of special agents, who provide personal protection for the president and other high-level officials, and members of the uniformed division, who handle logistical support and building security, officials briefed on the investigation have said.



Jon Adler, president of the Federal Law Enforcement Officers Association, said a lawyer representing the agents did not want to discuss the matter with reporters until it had been adjudicated.

Staff writer Joe Davidson contributed to this report.

O BRASIL E O SEU INVENCÍVEL EXÉRCITO
Sérgio Pinto Monteiro*

Em 15 de fevereiro de 1630 o nordeste brasileiro começava a viver o pesadelo da invasão dos holandeses da Companhia das Índias Ocidentais. Nesse dia, a cidade de Recife acordou sob o bombardeio da esquadra do Almirante Hendrick Loncq, formada por 50 navios e cerca de 7.000 homens.

Era a segunda tentativa dos batavos de se apossar do território brasileiro. Seis anos antes, em 8 de maio de 1624, atacaram e ocuparam Salvador. Mas por pouco tempo. A reação luso-brasileira, apoiada pela população, não se fez esperar. Ainda que militarmente inferiorizadas, nossas forças reagiram de imediato, inicialmente com uma intensa guerra de emboscadas. Na continuidade, a metrópole portuguesa, apoiada pela Espanha, mandou ao Brasil uma poderosa esquadra de 52 navios e 12.000 homens, entre soldados e marinheiros portugueses e espanhóis, que expulsou os holandeses em 30 de abril de 1625, menos de um ano após início da ocupação.

MATIAS DE ALBUQUERQUE
A posição estratégica de Recife, a excelência de seu porto natural, a proximidade da Europa e da África e as fracas defesas locais proporcionaram ao inimigo condições favoráveis a uma nova e vitoriosa campanha, que colocou parte expressiva do nordeste brasileiro sob o domínio holandês por vinte e quatro anos.

Os pernambucanos mantiveram uma brava resistência ao invasor. Matias de Albuquerque proclamou para toda a Capitania a disposição de lutar até a morte. O inimigo, após conquistar Recife e Olinda, tratou de fortificar suas posições. Como na Bahia, nossa resistência era baseada principalmente em emboscadas. Hoje, diríamos que eram ações de comandos e forças especiais. Construímos em local estratégico, como baluarte visando impedir a penetração do adversário para o interior, a célebre fortificação do Arraial do Bom Jesus, que resistiu heroicamente por cinco anos às investidas dos batavos.

ARRAIAL DO BOM JESUS
A luta no mar também se intensificou. Em setembro de 1631, uma esquadra luso-espanhola partiu de Salvador com 20 navios de guerra conduzindo 1.000 soldados para o Arraial de Bom Jesus e outros 200, destinados à Paraíba. No trajeto houve o encontro com uma força de 16 galeões holandeses. Desencadeou-se, então, a violenta Batalha Naval de Abrolhos em que a nossa esquadra foi vitoriosa e os reforços puderam chegar aos destinos.

Com a restauração do trono português em fevereiro de 1641, a situação política européia modificou substancialmente o cenário da luta contra os holandeses no Brasil. Portugal e Holanda entraram em guerra com a Espanha. Eram, portanto, aliados na Europa. A conseqüência natural seria a cessação das hostilidades no Brasil. Celebraram, então, um armistício de dez anos, onde Portugal reconhecia a conquista, pela Holanda, dos territórios de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte e os batavos se comprometiam a não expandir suas ações para outras regiões do país.

ANTONIO DIAS CARDOSO
Apesar do armistício - desrespeitado por ambos os lados - os pernambucanos mantiveram a luta contra os invasores. D. João IV, rei de Portugal, velada e modestamente, manteve o apoio aos insurgentes nordestinos. De Salvador foi enviado o sargento-mor Antônio Dias Cardoso, exímio especialista em combate de guerrilhas, com a missão de organizar e treinar secretamente o exército luso-brasileiro, fortalecido com as tropas do índio Felipe Camarão e do negro Henrique Dias.

No dia 23 de maio de 1645, dezoito líderes da Insurreição Pernambucana assinaram um compromisso onde surge, pela primeira vez, a palavra pátria. Nesse histórico documento há também recomendações e providências que hoje seriam consideradas como uma verdadeira mobilização de Reservas:

“Nós, abaixo assinados, nos conjuramos e prometemos em serviço da liberdade, não faltar a todo o tempo que for necessário, com toda ajuda de fazendas e de pessoas, contra qualquer inimigo, em restauração da nossa pátria; para o que nos obrigamos a manter todo o segredo que nisto convém...”.

FELIPE CAMARÃO
Estava criado, segundo o mestre Capistrano de Abreu, o sentimento da existência nacional brasileira, que iria se fortalecer ao longo dos próximos dois séculos, até a Independência em 1822.

Paralelamente, surgia, consolidado, o Exército de Patriotas, formado pela fusão das três etnias - branca, negra e índia - com suas miscigenações. Nascia o Exército Brasileiro, democracia multirracial, sem discriminações nem preconceitos, sem cotas, numa pluralidade étnica e social fortalecida pela alma de combatente do nosso soldado.

Em 03 de agosto de 1645, no monte das Tabocas, ocorria o primeiro confronto entre o exército holandês e o exército dos patriotas, formado basicamente por civis pernambucanos. A astúcia do sargento-mor Antônio Dias Cardoso, atacando corajosamente com uma pequena fração de tropa e atraindo o inimigo para a estreita passagem do Tabocal, nos levou à vitória. Os holandeses tiveram mais de 100 mortos, retirando-se com muitos feridos para a região de Casa Forte, abandonando no terreno farta munição e armamento. Entre os patriotas, 33 mortos e 30 feridos. Em 10 de agosto, no aproveitamento do êxito, novamente vencemos os holandeses na batalha de Casa Forte.

HENRIQUE DIAS
A 24 de abril de 1646, em Tejucopapo, mulheres e adolescentes enfrentaram os holandeses com foices, porretes e vasilhames de água com pimenta malagueta. O inimigo, muito superior, conseguiu penetrar no pequeno fortim de pau a pique e matava friamente as mulheres combatentes quando chegaram reforços dos patriotas, colocando-os em fuga. Tejucopapo foi o episódio onde a mulher brasileira, armada, demonstrou a força do sentimento nativista que unia os pernambucanos.

Graças a novas tropas recebidas pelos batavos, os combates se prolongaram até 1648. Em março, os holandeses - sitiados em Recife - aportaram uma esquadra com 41 navios, grande quantidade de víveres e 6.000 soldados. Fortalecido, o inimigo comandado pelo tenente-general Von Schkoppe, decidiu romper o cerco e progredir em direção à Bahia. Assim, em 18 de abril, o exército holandês com 7.400 homens marchou no sentido Barreta-Guararapes, tendo como objetivo final apoderar-se do cabo de Santo Agostinho. 

O exército patriota, com 2.200 homens, deslocou-se para interceptar o invasor. O sargento-mor Antônio Dias Cardoso, como “soldado mais prático e experiente” sugeriu que o melhor campo de batalha seria o Boqueirão dos Guararapes. Na manhã de 19 de abril, primeiro domingo após a páscoa (pascoela), dia de Nossa Senhora dos Prazeres, Dias Cardoso, no comando de 200 homens, investiu contra a vanguarda inimiga para, em seguida, retrair em direção ao interior do Boqueirão onde o restante do nosso exército estava escondido, pronto para a batalha. 

ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS
Ao comando de “ás de espadas” os patriotas se lançaram sobre o inimigo. O terço (regimento) de Pernambuco, comandado por João Fernandes Vieira, auxiliado por Dias Cardoso, rompeu o inimigo nos alagados; os índios de Felipe Camarão assaltaram a ala direita dos holandeses; o terço dos negros de Henrique Dias atacou a ala esquerda, ficando as tropas de Vidal de Negreiros em reserva. Os batavos contra-atacaram com suas reservas de 1.200 homens, enquadrando o terço de Henrique Dias. Os patriotas, habilmente, lançaram a reserva de Vidal de Negreiros no momento adequado. Foram 4 horas de confronto, entre alagados e morros. 

Ao final, o exército holandês, derrotado, retirou-se com pesadas perdas - 1.038 combatentes entre mortos e feridos. Já os patriotas, tiveram 84 mortos e 400 feridos.

Menos de um ano depois, em 19 de fevereiro de 1649, patriotas e holandeses enfrentaram-se na segunda e derradeira Batalha dos Guararapes. Novamente derrotados, os batavos fugiram para Recife, ainda sob o seu controle, deixando para trás 927 mortos, 89 feridos e 428 prisioneiros, contra 45 patriotas mortos e 245 aprisionados.
A 14 de janeiro de 1654, o exército patriota atacou o último reduto holandês em Recife. Após dez dias de combates, Recife foi reconquistada. Em 26 de janeiro, na Campina da Taborda, os holandeses assinaram a rendição e retiraram todas as suas forças no Brasil.

As vitórias nas Batalhas dos Guararapes uniram, no nascedouro, os conceitos de pátria e exército. O mestre Pedro Calmon, ao enfatizar a influência das Guerras Holandesas na formação da nacionalidade brasileira, afirmou: “Pondo-se fora o holandês, metera-se no Brasil o brasileiro”.

O Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil, representando o sentimento de suas dezoito Associações Regionais, saúda o Exército Brasileiro, legítimo guardião da integridade e soberania do nosso país, na data a ele consagrada - 19 de abril. A origem comum do sentimento de Pátria e de Exército como força militar organizada, criou laços indissolúveis entre o Brasil e as suas Forças Armadas. 

Das vitórias de Guararapes aos nossos dias, a Força Terrestre permanece invencível. Do patriota que expulsou o invasor holandês em 1648 - combatendo muitas vezes descalço, sem camisa, empunhando espadas, facões, arcos e lanças, a pé ou montado - ao soldado cibernético do século XXI, é o mesmo Exército. Seu braço forte protege. Sua mão amiga ampara. A sociedade brasileira nele confia, eis que sua presença histórica dignifica a nação. A nobreza de suas missões é tal, que os limites individuais frequentemente são ultrapassados pelo vigor da alma dos combatentes. 

Nada nem ninguém poderá derrotá-lo.

19 DE ABRIL - DIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO
“PARABÉNS EXÉRCITO BRASILEIRO”
NÓS SOMOS A TUA RESERVA, SEMPRE ATENTA E CADA VEZ MAIS FORTE

* o autor é historiador e Oficial da Reserva Não Remunerada do Exército. É presidente do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil, membro da Academia de História Militar Terrestre e do Instituto Campo-Grandense de Cultura. É autor do livro "O Resgate do Tenente Apollo" (Ed. CNOR - 2005)