13 de abr. de 2013

Relato sobre o 31 de março de 1964

Repare no ambiente - privilegiado - em que estava o autor, um civil, Miguel Pellicciari.

O 31 DE MARÇO DE 1964 

O que eu sei é o que eu vi naquela época. Almino Alfonso, Darcy Ribeiro e outros fazendo conferencia na USP onde eu cursava o quarto ano de Engenharia, e onde o Serra era meu colega e ainda presidia a UNE. 

Eles mostravam como seria o Brasil depois das tais reformas de base. Nada mais nada menos que transformar em mais um satélite da antiga URSS, como já era Cuba na América. Assustava, mas impressionava a platéia. Meia dúzia de paus mandados aplaudia entusiasticamente da mesma forma como fazem hoje, para dar clima de euforia. A perplexidade era geral, e até os mais céticos estavam preocupados. 

No entanto, havia uma esperança dada a resistência dos governos de São Paulo, Minas e do Rio de Janeiro, que com tropas leais, estavam dispostos a enfrentar a coisa. É bom que fique claro, portanto, que não foram só os militares que entraram em cena, mas governos Civis e a própria população saindo na rua clamando e protestando contra o que estava por vir. 

Acho até que foi a precipitação do General Mourão Filho, partindo com suas parcas tropas de Juiz de Fora, quem forçou a entrada dos Militares na coisa. Lembro-me perfeitamente quando o Comandante do II Exército sediado em S. Paulo, General Kruel, e que havia sido ministro do próprio Jango, propôs a ele endurecer com as esquerdas para que as coisas pudessem acalmar. Sem êxito, acabou marchando com os outros comandantes para sitiar o Estado da Guanabara, dando inicio ao movimento.  Na verdade, foi um alivio geral e disso, lembro-me muito bem. pouca gente foi contra, mas aceitaram como a melhor solução para o momento. A paz voltou e o Brasil pôde caminhar novamente. 

Lembro-me ainda, e muito bem, que as coisas passaram a melhorar a tal ponto em relação aos governos anteriores, que não havia quem não estivesse satisfeito. O Brasil progredia, e havia real crescimento econômico batendo alguns anos depois nos 10/11 %. 

O governo militar foi fartamente apoiado. Até amigos e antigos políticos da esquerda se sentiram surpresos e satisfeitos. Aliás, o crescimento era realmente sentido e não como os de hoje, puras mentiras fartamente ditas pelos governantes para um povo que não sabe ler índice econômico. Não havia corrupção nem bandidagem. E nenhum General presidente ou ministro ficou rico como depois. 

Tudo ia bem, até colocarem a bomba nos Guararapes em Recife. Foi uma surpresa a todos. A partir daí soubemos da existência de um movimento terrorista. Foi quando, então, o governo emitiu o AI - 5 e a coisa endureceu. Portanto, a mim ninguém engana e não faz a historia mudar como estão tentando fazer. Havia paz e prosperidade sim e não havia manifestação contra o regime instalado, muito pelo contrário. Apenas ações extremistas pipocavam, e isso é importante, totalmente condenadas pela grande maioria da população. A grande verdade é essa. 

Além disso, essas ações só atrapalharam porque acabaram por prolongar ainda mais o retorno à normalidade institucional, e que só aconteceu por meios pacíficos, quando o terror já estava extinto. Jamais lutaram contra o regime, mas para instalar um outro regime. E, os torturados não foram pessoas que trabalhavam, produziam e viviam em paz, mas apenas e tão somente aqueles que radicalizaram. 

Disso eu sei por que eu conhecia muitas pessoas que por fanatismo ou por indução acabaram sendo perseguidas. Eu precisava falar disso porque eu tenho visto, lido e ouvido tanta besteira e principalmente mentiras que tem me enojado. 

 Fui testemunha viva e quero deixar claro, eu também fui e sou contra o Regime Militar assim como eram muitas pessoas e até muitos militares. Mas fui a favor da ação na época. Era um mal necessário. Não havia outra saída. 

O grande problema é que os terroristas de ontem conseguiram chegar democraticamente ao poder, até com a ajuda da imprensa e de empresas. Mas não tenham duvidas, o que eles não querem é manter a democracia. Chegaram lá, mas não vão sair facilmente, igualzinho ao que o Hugo Chavez fez na Venezuela. 

Para complicar, hoje as forças armadas estão enfraquecidas. Há tempos estão sendo desprezadas e não existem mais generais e oficiais como os de antigamente. Então, pouco se pode contar com eles. Hoje, pretende-se que sejam também aparelhadas para servir ao Governo e não ao Brasil, com o único objetivo de manter-se no poder. 

Uma pena que estejam aceitando isso também. Essa tal comissão da verdade era o que faltava para pisar ainda mais no calo. Só humilhação. Agora abaixaram a cabeça e nem comemoração pelo 31 de Março vai haver

É o fim. 




The Geopolitics of the Yangtze River: 
Developing the Interior
April 1, 2013 | 1045 GMT


Stratfor
Editor's Note: This is the first piece in a three-part series on the geopolitical implications of China's move to transform the Yangtze River into a major internal economic corridor. Part one provides a broad overview of the geography and history of the Yangtze River region and its role in shaping Chinese politics and statecraft. Part two examines the strategic river city of Wuhan, and part three considers the political economy of Beijing's push to develop the Yangtze River corridor.


As the competitive advantage of low-cost, export-oriented manufacturing in China's coastal industrial hubs wanes, Beijing will rely more heavily on the cities along the western and central stretches of the Yangtze River to drive the development of a supplemental industrial base throughout the country's interior. Managing the migration of industrial activity from the coast to the interior -- and the social, political and economic strains that migration will create -- is a necessary precondition for the Communist Party's long-term goal of rebalancing toward a more stable and sustainable growth model based on higher domestic consumption. In other words, it is critical to ensuring long-term regime security.



The concept of developing the interior is rooted in the dynastic struggle to establish and maintain China as a unified power against internal forces of regional competition and disintegration. Those forces arise from and reflect a simple fact: China is in many ways as geographically, culturally, ethnically and economically diverse as Europe. That regional diversity, which breeds inequality and in turn competition, makes unified China an inherently fragile entity. It must constantly balance between the interests of the center and those of regions with distinct and often contradictory economic and political interests.

Currently, the Party's stated intent is eventually to achieve greater socio-economic parity between coastal and inland regions, as well as between cities and the rural hinterland. But Beijing also recognizes that underlying broad categories like "inland," "central" and "western" China is a complex patchwork of regional differences and inequality. Mitigating these differences will require more varied and nuanced policies.

Against this backdrop, the central government has targeted the Yangtze River economic corridor -- the urban industrial zones lining the Yangtze River from Chongqing to Shanghai -- as a key area for investment, development and urbanization in the coming years. Ultimately, the Party hopes to transform the Yangtze's main 2,800-kilometer-long (1,700-mile-long) navigable channel into a central superhighway for goods and people, better connecting China's less developed interior provinces to the coast and to each other by way of water -- a significantly cheaper form of transport than road or railway. By positioning this "second coastline" to become one of the nation's new economic cores, Beijing seeks to build what no previous dynasty could: a truly unified Chinese economy.

The Yangtze as a Core

The Yangtze River is the key geographic, ecological, cultural and economic feature of China. Stretching 6,418 kilometers from its source in the Tibetan Plateau to its terminus in the East China Sea, the river both divides and connects the country. To its north lie the wheat fields and coal mines of the North China Plain and Loess Plateau, which unified China's traditional political cores. Along its banks and to the south are the riverine wetlands and terraced mountain faces that historically supplied China with rice, tea, cotton and timber. The river passes through the highlands of the Yunnan-Guizhou Plateau, the fertile Sichuan Basin, the lakes and marshes of the Middle Yangtze and on to the trade hubs of the Yangtze River Delta. Its watershed touches 19 provinces and is central to the economic life of more people than the populations of Russia and the United States combined. The river's dozens of tributaries reach from Xian, in the southern Shaanxi province, to northern Guangdong -- a complex of capillaries without which China likely would never have coalesced into a single political entity.




The Yangtze, even more than the Yellow River, dictates the internal constraints on and strategic imperatives of China's rulers. The Yellow River may be the origin of the Han Chinese civilization, but on its own it is far too weak to support the economic life of a great power. The Yellow River is China's Hudson or Delaware. By contrast, the Yangtze is China's Mississippi -- the river that enabled China to become an empire.

Just as the Mississippi splits the United States into east and west, the Yangtze divides China into its two most basic geopolitical units: north and south. This division, more than any other, forms the basis of Chinese political history and provides China's rulers with their most fundamental strategic imperative: unity of the lands above and below the river. Without both north and south, there is no China, only regional powers. Only after the Qin captured the Yangtze's three primary regions -- the Upper, Middle and Lower stretches -- in 221 B.C., thereby gaining access to the southeast coast, did "China" as a single unit come into being. In the two millennia since, the Yangtze has continued to mark the boundary between kingdom and empire. The constant cycle between periods of unity (when one power takes the lands north and south of the Yangtze) and disunity (when that power breaks into its constituent regional parts) constitutes Chinese political history.

If the Yangtze did not exist, or if its route had veered downward into South and Southeast Asia (like most of the rivers that begin on the Tibetan Plateau), China would be an altogether different and much less significant place. Its population would be much smaller, isolated to the southeast coast, Loess Plateau and North China Plain -- the only parts of Han China where economic life does not depend on the Yangtze. The provinces of central China, which today produce more rice than all of India, would be as barren as Central Asia. Regional commercial and political power bases like the Yangtze River Delta or the Sichuan Basin would never have emerged. The entire flow of Chinese history would be different.
Major Regions of China's Core
Three regions in particular make up the bulk of the Yangtze River Basin: the Upper (encompassing present-day Sichuan and Chongqing), Middle (Hubei, Hunan and Jiangxi) and Lower Yangtze (Jiangsu and Zhejiang provinces, as well as Shanghai and parts of Anhui). Geography and time have made these regions into distinct and relatively autonomous units, each with its own history, culture and language. Each region has its own hubs -- Chengdu and Chongqing for the Upper Yangtze; Wuhan, Changsha and Nanchang for the Middle Yangtze; and Suzhou, Hangzhou and Shanghai for the Lower Yangtze. Each region has its own internal market networks, and each historically is more interested in protecting its autonomy and prosperity than uniting under the north's control. Conquering and integrating them from the outside therefore required not only overwhelming military power -- historically, northern China's advantage -- but also complex bureaucratic and internal security apparatuses. Finally, it required a transport and communications infrastructure comprehensive enough to make the exercise of central authority over vast distances and diverse populations feasible.


Between 1949 and 1978, the Communist Party expanded those networks and laid that infrastructure with brutal efficiency. In many ways, China was more deeply united under Mao Zedong than under any emperor since Kangxi in the 18th century. After 1978, the foundations of internal cohesion began to shift and crack as the reform and opening process directed central government attention and investment away from the interior (Mao's power base) and toward the coast. Today, faced with the political and social consequences of that process, the Party is once again working to reintegrate and recentralize -- both in the sense of slowly reconsolidating central government control over key sectors of the economy and, more fundamentally, forcibly shifting the economy's productive core inland. The first phase of this process will be driven in large part by urbanization along the Yangtze River corridor, especially in the provinces that make up China's traditional Upper and Middle Yangtze regions.


Politics and Economy of the Yangtze


Today, the Yangtze River is by far the world's busiest inland waterway for freight transport. In 2011, more than 1.6 billion metric tons of goods passed through it, representing 40 percent of the nation's total inland waterborne cargo traffic and about 5 percent of all domestic goods transport that year -- up 250 percent from 2004. Over the last decade, dramatic increases in waterway freight traffic have been seen in some provinces along the Yangtze River corridor, such as Anhui (840 percent, to 364 million tons), Chongqing (640 percent, to 117 million tons) and Hunan (500 percent, to 179 million tons). By 2011, the nine provincial capitals that sit along the Yangtze and its major tributaries had a combined gross domestic product of $1 trillion, up from $155 billion in 2001. That gives these cities a total wealth roughly comparable to the gross domestic products of South Korea and Mexico.


This growth, since roughly 2003, has been underpinned by a massive expansion in centrally allocated fixed-asset investment into the interior, and specifically to those parts of the interior Beijing considers most viable as potential alternative or supplemental industrial bases to the southeast coast. Unsurprisingly, areas with ready access to the Yangtze River system have been targeted as cores of future inland urbanization. In part, this is because cities like Chongqing and Wuhan already possess well-developed urban industrial infrastructures, the legacy of Mao's intensive focus on inland industrialization. This legacy in turn gives these cities comparatively more influence and leverage than less developed parts of the interior when it comes to extracting central government financial support. Finally, cities along the Yangtze benefit from geography: Transport by road is roughly 30-35 times more expensive than transport by water, and rail is 3-3.5 times as expensive, meaning that cities without direct access to the Yangtze are inherently less viable as manufacturing and trade hubs.


Investment in further industrial development along the Yangtze River reflects not only an organic transformation in the structure of the Chinese economy but also the intersection of complex political forces. First, there is a clear shift in central government policy away from intensive focus on coastal manufacturing at the expense of the interior (the dominant approach throughout the 1990s and early 2000s) and toward better integrating China's diverse regions into a coherent national economy. But how that policy shift plays out on regional, provincial and local levels is shaped less by dictates from Beijing than by the political maneuvering of local and provincial governments for central government favor. Access to navigable waterways enables the cities of the western and central stretches of the Yangtze River to lobby more effectively for credit and tax rebates that might otherwise have gone to less competitive, landlocked provinces.

Investment in the interior accelerated rapidly in the wake of the 2008-2009 financial crisis, when the sudden evaporation of external demand revealed just how fragile and imbalanced China's economy had become. Thirty years of export-oriented manufacturing centered in a handful of coastal cities generated huge wealth and created hundreds of millions of jobs. But it also created an economy characterized by deep discrepancies in the geographic allocation of resources and by very little internal cohesion. By 2001, the economies of Shanghai and Shenzhen, for instance, were in many ways more connected to those of Tokyo, Seoul and Los Angeles than of the hinterlands of Sichuan and Shaanxi provinces. For most of the 1990s and 2000s, this lack of cohesion was viewed as an unfortunate but necessary and temporary byproduct of an economic model that was otherwise doing its job. After the 2008-2009 financial crisis, internal economic disunity -- like the growth model it embodied -- became a social and political liability.

The foundation of this model was an unending supply of cheap labor. In the 1980s, such workers came primarily from the coast. In the 1990s, when coastal labor pools had been largely exhausted, factories welcomed the influx of migrants from the interior. Soon, labor came to replace coal, iron ore and other raw materials as the interior's most important export to coastal industrial hubs. By the mid-2000s, between 250 million and 300 million migrant workers had fled from provinces like Henan, Anhui and Sichuan (where most people still lived on near-subsistence farming) in search of work in coastal cities.

This continual supply of cheap labor from the interior kept Chinese manufacturing cost-competitive throughout the 2000s -- far longer than if Chinese factories had only had the existing coastal labor pool to rely on. But in doing so, it kept wages artificially low and, in turn, systematically undermined the development of a domestic consumer base. This was compounded by the fact that very little of the wealth generated by coastal manufacturing went to the workers. Instead, it went to the state in the form of savings deposits into state-owned banks, revenue from taxes and land sales, or profits for the state-owned and state-affiliated enterprises that controlled not only many of the major coastal factories but also the various inputs that made manufacturing possible: roads, rail and port construction; power generation; mining; and oil and natural gas. (Notably, state-owned enterprises continue to dominate heavy industrial manufacturing).

This dual process -- accumulation of wealth by the state and systematic wage repression in low-end coastal manufacturing -- significantly hampered the development of China's domestic consumer base. But even more troubling was the effect of labor migration, coupled with the relative lack of central government attention to enhancing inland industry throughout the 1990s and early 2000s, on the economies of interior provinces.

Remittances from the coast kept families in the interior alive and paid for children of migrant workers to attend school, but they did little to improve the overall vitality of inland provincial economies. As a result, when the children of the first generation of migrant laborers reached working age, many of them followed their parents to the coast, where employment opportunities were far more abundant. However, unlike their parents, who had families to care for back in Henan and Sichuan, the new generation of migrants had far less incentive to one day return inland, let alone send money back. With the possible exception of a handful of inland cities (Hefei, Wuhan, Changsha and Chongqing, all of which saw marginal to moderate population growth between 2001 and 2011), the interior came to represent poverty and backwardness, a place to abandon rather than to develop.

Beijing has long understood that it will have to change that perception -- and the economic and policy realities underlying it -- before it can hope to address the growing structural imbalances of its current economic model. But in China, this is easier said than done. In trying to urbanize and industrialize the interior, Beijing is going against the grain of Chinese history -- a multimillennia saga of failed attempts to overcome the radical constraints of geography, population, food supply and culture through ambitious central government development programs. Though its efforts thus far have yielded notable successes, such as rapid expansion of the country's railway system and soaring economic growth rates among inland provinces, they have not yet addressed a number of pivotal questions. Before it can move forward, Beijing must address the reform of the hukou (or household registration) system and the continued reliance on centrally allocated investment, as opposed to consumption, as a driver of growth.

"The Geopolitics of the Yangtze River: Developing the Interior is republished with permission of Stratfor."
O importante é saber beijar no lugar certo

Esta é verídica.

Após separar-se da primeira esposa e já com 55 anos, o médico encontrou nova companheira: um bela gata de 22 aninhos, com tudo "em cima".

Certo dia, em um restaurante, encontram um casal de médicos, ex-colegas de turma (logicamente com mais de 50 anos) e sentam-se juntos, para rememorar os "bons tempos".

O amigo ficou impressionado com a gata e, quando as esposas foram ao "toillete", não se conteve e perguntou como ele conseguira a proeza de arrumar uma gata daquelas.

Com a maior calma do mundo, ele disse:

- Para manter um bom relacionamento, com uma gata dessas, o mais importante é onde tu a beijas.

Imediatamente o outro perguntou:

- E onde é que tu a beijas?

Sem perder a compostura, o médico informou:

- Eu a beijo em Paris, Londres, Roma, Veneza...



Dirceu ataca Fux, compromete Dilma gravemente e diz que vai recorrer à corte internacional contra julgamento, o que é pura fantasia para tentar melar o jogo. 
E ainda faz ameaça velada. 
Dilma está prestes a indicar novo ministro para o STF



É estupendo!

Há muitos dias tenho tratado aqui com sarcasmo a absurda campanha que a imprensa, ou quase toda, move contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Campanha, sim, de caráter fascistoide! Os nossos luminares do teclado ainda não aprenderam que a democracia não proíbe ninguém de dizer besteira.

Enquanto isso, a vergonha na cara fica por aí, esfaimando… José Dirceu, aquele condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha - o chefe dela, segundo a Procuradoria-Geral da República -, concede uma entrevista à Folha e ao UOL em que, claro!, diz ser inocente. Repete a acusação que gente ligada a ele já havia feito, segundo a qual o ministro Luiz Fux, antes ainda de ser nomeado, havia prometido inocentá-lo caso ganhasse uma vaga no Supremo.

Em entrevista, Fux já admitiu o encontro, mas nega que tenha prometido um voto favorável. Dirceu diz também que vai recorrer à “Comissão Internacional de Direitos Humanos” (seja lá o que for isso) e, ora vejam!, faz uma ameaça nem tão velada assim caso Lula seja mesmo processado por alguns crimes do mensalão.

O que o PT pretende fazer, não fica claro. Mas parece ser coisa grande. Será que vão botar os tanques na rua? Cercar o Supremo com os tontons-maCUTes?

Não sei. Leiam trechos. Volto em seguida.


Folha/UOL – Como foi seu encontro com Luiz Fux? 

José Dirceu - Eu não o conhecia, eu fui assediado moralmente por ele durante mais de seis meses para recebê-lo. 

- Como foi esse assédio? 

- Através de terceiros, que eu não vou nominar. Eu não queria [recebê-lo]. 

- Quem são esses terceiros? 

S- ão advogados, não são lobistas. Eu o recebi, e, sem eu perguntar nada… Porque ele [hoje] dizer para a sociedade brasileira que não sabia [na época do encontro] que eu era réu do processo do mensalão é tragicômico. Soa ridículo, no mínimo, né? Como o ministro do STJ [cargo ocupado na época por Fux] não sabe que eu sou réu no processo? E ele tomou a iniciativa de dizer que ia me absolver. Textualmente. 

(…) 

- Como é que o sr. se sentiu quando o ministro Fux votou pela sua condenação? 

- Depois dos 50 anos que eu tenho de experiência política, infelizmente eu já não consigo me surpreender. A única coisa que eu senti é a única coisa que me tira o sono. Nem a condenação me tira o sono porque tenho certeza que eu vou revertê-la. 

(…) 

- A sua defesa vai apresentar recursos [para reverter a condenação]. O sr. tem esperança? 

- Vai apresentar. Depois do transitado em julgado, vamos para a revisão criminal. E vou bater à porta da Comissão Internacional de Direitos Humanos. Não é que fui condenado sem provas. Não houve crime, sou inocente; me considero um condenado político. Foi um julgamento de exceção, político. 

(…) 

- Se o ex-presidente Lula não tem nada com isso, por que Marcos Valério é recebido por Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e um de seus assessores mais próximos? 

- Boa pergunta para ser dirigida ao Paulo Okamotto. Eu nunca tive nenhum contato com Marcos Valério. Nem antes nem depois. E o Lula não tem nenhuma preocupação. Conheço os fatos, ele não tem nada a ver com isso. Absolutamente. A não ser que se queira, agora, dar um golpe que não conseguiram dar antes. Quer dizer, transformar o Lula em réu na Justiça brasileira. A não ser que se vá fazer esse tipo de provocação ao PT e ao país, à nação brasileira.

Voltei

O mais escandaloso na entrevista de José Dirceu é que ele deixa claro que a nomeação de Fux foi decidida no ambiente em que o então ministro do STJ prometeu inocentá-lo caso conseguisse a vaga no Supremo. Ele diz, claro!, não saber se tal promessa pesou na indicação. Ora… Então José Dirceu, um dos capas-pretas do PT, principal réu do mensalão, recebe um candidato ao Supremo que promete inocentá-lo, e esse homem é, de fato, indicado para o cargo, e devemos acreditar que uma coisa não tem nada a ver com a outra?

O ódio de Dirceu é tão grande que ele não se importa em confessar que a escolha de um ministro para o Supremo obedeceu aos mais baixos interesses. Não se pensava, então, no país, mas em livrar a cara de um poderoso chefão petista. A entrevista, é evidente, estoura na porta do gabinete de Fux, mas compromete ainda mais a presidente Dilma Rousseff.

Trata-se de um verdadeiro escândalo.

Fux que se cuide. Eu detestaria ser objeto da insônia de José Dirceu, e o ministro, segundo confessa o próprio condenado, povoa as noites maldormidas do chefão. Que ele não seja do tipo que perdoa, isso a gente já sabe…

Num país, digamos, razoável, tanto Fux como Dilma estariam obrigados a divulgar notas oficiais nesta quarta-feira. Ele tem de dizer se Dirceu mente ou fala a verdade quando sustenta que recebeu uma promessa de voto; ela tem de deixar claro que princípio orientou a escolha de Fux.

Dirceu decidiu enrolar o público com algumas fantasias. Não sei que diabo vem a ser “revisão criminal” nesse caso. Ele está se referindo aos embargos infringentes? Nem mesmo está claro se eles são cabíveis ou não no caso. Eu entendo que não. A Lei 8.038, vejam aí a íntegra, disciplina justamente os julgamentos nos tribunais superiores - também no STF. E não trata de “embargos infringentes” - vale dizer: da possibilidade de haver um reexame da decisão da maioria. Essa lei é de 1990. Na prática, ela tornou sem efeito o Artigo 333 do Regimento Interno do STF, que prevê os tais embargos. Os advogados de defesa até podem vir com essa história. Suponho que os ministros do Supremo, responsáveis que são, dirão o óbvio: um artigo de um regimento interno, mesmo do Supremo, não pode mais do que a lei. Vamos ver.

A “Comissão Internacional de Direitos Humanos”, de que ele fala, deve ser a Comissão Interamericana de Direitos Humanos — à qual ele já havia dito que não recorreria… Pelo visto, mudou de ideia. É pura conversa mole. Recorrer à comissão por quê? Ele teve, por acaso, cerceado seu direito de defesa? Ainda que recorresse e ainda que seu pleito fosse acolhido, é bom Dirceu ler a Constituição brasileira. A instância máxima da Justiça é o Supremo Tribunal Federal. E ponto! Esses petistas são mesmo curiosos. Quando a questão de Belo Monte foi parar na Comissão e depois na Corte Interamericana de Direitos Humanos, os petistas deram de ombros e ainda acharam uma ingerência indevida na política interna brasileira.

Os mensaleiros e alguns de seus advogados ainda não desistiram de tentar melar o jogo. Essa entrevista de José Dirceu vem coordenada com uma tentativa de Márcio Thomaz Bastos de impedir a publicação do acórdão do julgamento. São esforços para tentar colar em todo o processo a pecha de “julgamento de exceção”.

Vejam lá como Dirceu se refere à possibilidade de que Lula se torne réu num dos processos do mensalão. Diz que será uma “provocação ao PT, ao país, à nação brasileira”. Se Lula atropelar sem querer um gato, esse gato será atropelado pela nação brasileira. Quando mantinha relações especiais e ancilares com uma funcionária da Presidência da República, quem comparecia para os eventos era a “nação brasileira”. Assim, caso se torne réu, ré, então, será a nação brasileira. É uma besteira, mas também é uma ameaça. 

Tenho cá as minhas desconfianças se Dirceu, no fundo, não torce por isso. Caso Lula também se torne réu, ele se perfila ao lado do outro, um tantinho mais popular, e se diz também uma “vítima”.

Eis aí. Um quadro dirigente de um dos maiores partidos políticos do país, que está no poder há 10 anos, revela que ministro foi nomeado para o Supremo depois de lhe prometer um voto, força a mão para desmoralizar o tribunal e ainda faz ameaças veladas aos órgãos de investigação do estado.

E os bananas ficam por aí perseguindo um deputado porque, no fim das contas, não gostam de suas opiniões

Lembrem-se: Dilma está prestes a indicar um novo Ministro do Supremo. Há dias, a presidente esteve com o tributarista Heleno Torres. 

Torres já afirmou sobre o julgamento do mensalão o que se segue.

“O Tratado do Pacto de San José proclama direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. Por tudo isso, no final, a Corte Interamericana terá que anular esse julgamento, sob pena do seu absoluto descrédito”.

Texto publicado originalmente às 06:09

Por Reinaldo Azevedo




Em sessão tensa, deputados falam de leilão de mandatos e comparam Congresso a um bordel



Josias de Souza

Sem nenhum alerta especial à audiência, a TV Câmara transmitiu na noite passada uma programação imprópria para menores. E para maiores também. Os deputados discutiam um projeto que dificulta o nascimento de novos partidos. Empurrada pela mão invisível do Planalto, a proposta escalou a pauta de votações de sopetão. Seguiu-se um embate pornográfico.

Líder do PR, Anthony Garotinho escalou a tribuna para defender a proposta. A gravidade das declarações não ornava com a tranquilidade do orador. Há um “leilão” de mandatos parlamentares na Câmara, acusou Garotinho. “A primeira vítima foi o DEM. Quem serão as próximas vítimas? Precisamos coibir o aliciamento de deputados.”

O líder do PPS, Roberto Freire (PE), correu para o microfone de apartes. “A denúncia é grave. Exatamente por denúncias desse tipo, o Brasil viveu o processo por compra de deputados que está próximo do final, com a previsão de cadeia para figuras importantes da República dos tempos de Lula. Essa Casa não aguenta outro mensalão.”

Ex-presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ) ecoou Garotinho. “Meu partido foi estuprado”, disse, referindo-se ao rombo aberto com a debandada rumo ao PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab. Primeiro, Kassab levou os quadros do DEM. Depois, por decisão do TSE, corroborada pelo STF, levou um pedaço do cofre (fundo partidário) e outro da vitrine (tempo de tevê).

Sem travas na língua, Silvio Costa (PTB-PE) abriu sua intervenção com um aviso: “Eu não sou como Garotinho, que fala oração sem sujeito.” O plenário pôs-se em alerta. “Se tem uma CPI que eu assinaria com o maior prazer, seria a CPI do fundo partidário. Mas sei que jamais vou conseguir.” 

A frase requer tradução. CPI: escândalo na área. Fundo partidário: verba pública. “Jamais vou conseguir”:  ninguém quer atrapalhar a suruba com investigação.

Dono de estilo teatral, Silvio Costa olha para a câmera: “O senhor e a senhora que nos assistem, prestem atenção. O Tesouro gasta R$ 350 milhões por ano com o fundo partidário.” É desse fundo que vem o dinheiro para o custeio dos partidos –do aluguel de prédios à folha de salários. Didático, Silvio prossegue: “Existem pequenos partidos que não têm aqui nenhum deputado. Mas recebem R$ 3 milhões de fundo partidário.”

Abra-se um parêntese para explicar: uma pequena parcela do fundo (5%) é rateada entre os partidos de forma igualitária. Os restantes 95% são divididos conforme o número de deputados federais eleitos na última eleição. Quanto maior a bancada, mais gorda a coleta.

No caso do PSD, a Justiça decidiu que os deputados que migraram para a legenda tinham o direito de carregar os votos obtidos em 2010. Junto com esses votos, levaram o equivalente em dinheiro do fundo e do tempo de tevê. Ficou entendido que cada deputado traz na testa um código de barras com o valor do seu passe. Fecha parênteses.

Atento ao discurso de Silvio Costa, Garotinho cobrava uma oração com sujeito. “Os nomes, os nomes”, dizia. E o orador: “Ontem, tinha um dono de novo partido aqui. Ele dizia o seguinte: ‘Já consegui 700 mil assinaturas [a lei exige cerca de 500 mil rubricas para criação de uma legenda]. Vou dar entrada [no TSE] na próxima semana. Se eu botar 20 a 30 deputados no partido, vou ter R$ 4 milhões de fundo partidário por ano’.” E Silvio: “Isso virou uma indústria.” Garotinho insistia: “Os nomes…”

Silvio Costa seguiu adiante: “O projeto que estamos discutindo aqui não proíbe ninguém de criar partido. Mas não vai levar nem o tempo de televisão nem o fundo partidário. O que eu vi ontem aqui me deu vergonha. Dois meninotes, cara de maloque, vão botar 20 a 30 deputados no partido. Isso é pilantragem”.

Como Garotinho insistisse em cobrar “os nomes”, Silvio Costa decidiu atendê-lo parcialmente: “Vou dizer os nomes”. Um frisson correu o plenário. A mesa ameaçou cortar o som do microfone. “Vou dizer. E quem quiser que me processe”. Nesse-diz-não-diz o deputado terminou dizendo apenas uma sigla: “É POS, Partido da Ordem Social.”

Ao observar o rumo da prosa, Espiridião Amin (PP-SC) mandou buscar um livro na biblioteca da Câmara. “Os Credores do Mundo”, eis o nome da obra. Amin leu frase atribuída a um assessor econômico de John Kennedy, crítico do modo como os EUA exigiam de nações subdesenvolvidas o cumprimento das regras do FMI.

Amin deu voz ao ex-auxiliar de Kennedy: “Ao pregar ortodoxia fiscal, nós, dos EUA, ficamos mais ou menos na situação da prostituta que, tendo se aposentado com o dinheiro que ganhou, acha que a virtude pública exige o fechamento da zona.” Amin concluiu, agora com suas próprias palavras: “Nós, com a votação desse texto que prega a ortodoxia eleitoral— estaremos fechando o mercado. Ou a Zona. Por isso, recomendo à minha bancada o voto ‘sim’.”

Roberto Freire abespinhou-se. Referindo-se ao PSD, partido criado por Kassab sob estímulos do Planalto, o líder do PPS foi à jugular: “Quando o Bordel era para as prostitutas do governo, ficou aberto. Agora, o Espiridião quer dar uma de moralista. Como a Dilma e o Lula têm medo do que pode acontecer do ponto de vista politico, fechemos o bordel. Não concordo com essa terminologia. Essa Casa não é bordel. É um poder e merece respeito.”(?)

Presidente do PPS, Freire comandará neste final de semana um encontro nacional de sua legenda. Estava entendido que o PPS firmaria com o nanico PMN um acordo que resultaria na fusão das duas legendas. O nome seria trocado. E haveria na praça um novo partido, apto a receber políticos de outras agremiações sem o risco de perda dos mandatos.

Como o PPS prepara-se para enganchar o seu futuro à candidatura presidencial do emergente Eduardo Campos, estima-se que o cheiro de “novo” teria potencial para seduzir algo como duas ou três dezenas de parlamentares – com suas respectivas cotas de fundo partidário e de propaganda televisiva. O planalto decidiu levar o pé à porta.

Além do PPS, a manobra do governo inibe a formação da Rede, a nova legenda que Marina Silva tenta fundar. Envolvidos no projeto, os deputados Walter Feldeman, momentaneamente no PSDB, e Alfredo Sirkis, que faz as malas no PV, queixaram-se da “casuística” troca de regras no meio do jogo.

Falando em nome do PSOL, Chico Alencar resumiu a encrenca no idioma dos puteiros. “É evidente que aqui, para continuar nessa linguagem não muito feliz do bordel e da zona, o que vai se estabelecer é o seguinte: quem comeu comeu, quem nao comeu não come mais.

Foi a voto um pedido de urgência para a tramitação do projeto. A “urgência”é essencial para que o texto possa furar a fila dos demais projetos. Para que o requerimento passasse, eram necessários pelo menos 257. Eis o placar: 247 a favor, 20 contra e 9 abstenções.

Faltaram dez votos para que os empata-partidos prevalecessem. O projeto voltará à pauta na semana que vem. Para desassossego de Marina Silva e dos potenciais aliados de Eduardo Campos, não são negligenciáveis as chances de aprovação. Agora pelo menos a platéia já está avisada de que precisa tirar as crianças da sala.


Observações

Por favor senhores, a zona não merece ser desrespeitada desta forma. Ali só se vende o que é próprio, e ninguém se apropria do alheio, como do erário público.

Bordeis são mais sérios, porque, pelo menos, entregam os serviços ...
   
    
Imagens inseridas pelo Blog





Em homenagem ao dia do Exército
17 de abril




Republico esta belíssima apresentação de Zubin Mehta na Espanha, com variações em torno do tema "Parabéns pra você".
Publicado anteriormente no ano de 2011.

Parabéns ao Exército Brasileiro.


11 de abr. de 2013

A dama, o diplomata e o militar

A dama, quando diz não, significa talvez; quando diz talvez, significa sim; e, quando diz sim, não é uma dama.
    
O diplomata, quando diz sim, quer dizer talvez; quando diz talvez, significa não; e, quando diz não, não é diplomata.
   
O militar quando diz sim, significa sim; quando diz não, significa não; quando diz talvez... então não é militar.


TESTE DE POLUIÇÃO MENTAL

O que você vê nessa imagem ?


    
( ) Um tecido camuflado usado pelos militares.

(  ) Folhas caídas no outono.

(  ) Peças misturadas de um quebra-cabeças.

(  ) Peraí...  Epa... ?!




10 de abr. de 2013



Ferreira Gullar: “Quando ser de esquerda dava cadeia, ninguém era. Agora que dá prêmio, todo mundo é”

Por Reinaldo Azevedo

Ferreira Gullar tem 82 anos. É raro haver quem não o considere o maior poeta vivo da língua portuguesa e um dos grandes da literatura contemporânea. Já foi militante de esquerda, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, mas se rendeu à realidade. Concedeu uma entrevista de impressionante lucidez a Pedro Dias Leite, nas Páginas Amarelas de VEJA. Leia trechos.

O senhor já disse que “se bacharelou em subversão” em Moscou e escreveu um poema em que a moça era “quase tão bonita quanto a revolução cubana”. Como se deu sua desilusão com a utopia comunista?

Não houve nenhum fato determinado. Nenhuma decepção específica. Foi uma questão de reflexão, de experiência de vida, de as coisas irem acontecendo, não só comigo, mas no contexto internacional. É fato que as coisas mudaram. O socialismo fracassou. Quando o Muro de Berlim caiu, minha visão já era bastante crítica. A derrocada do socialismo não se deu ao cabo de alguma grande guerra. O fracasso do sistema foi interno. Voltei a Moscou há alguns anos. O túmulo do Lênin está ali na Praça Vermelha, mas, pelo resto da cidade, só se veem anúncios da Coca-Cola. Não tenho dúvida nenhuma de que o socialismo acabou, só alguns malucos insistem no contrário. Se o socialismo en trou em colapso quando ainda tinha a União Soviética como segunda força econômica e militar do mundo, não vai ser agora que esse sistema vai vencer.

Por que o capitalismo venceu?

O capitalismo do século XIX era realmente uma coisa abominável, com um nível de exploração inaceitável. As pessoas com espírito de solidariedade e com sentimento de justiça se revoltaram contra aquilo. O Manifesto Comunista, de Marx, em 1848, e o movimento que se seguiu tiveram um papel importante para mudar a sociedade. A luta dos trabalhadores, o movimento sindical, a tomada de consciência dos direitos, tudo isso fez melhorar a relação capital-trabalho. O que está errado é achar, como Marx diz, que quem produz a riqueza é o trabalhador, e o capitalista só o explora. É bobagem. Sem a empresa, não existe riqueza. Um depende do outro. O empresário é um intelectual que, em vez de escrever poesias, monta empresas. É um criador, um indivíduo que faz coisas novas. A visão de que só um lado produz riqueza e o outro só explora é radical, sectári a, primária. A partir dessa miopia, tudo o mais deu errado para o campo socialista. (…) O capitalismo não é uma teoria. Ele nasceu da necessidade real da sociedade e dos instintos do ser humano. Por isso ele é invencível. A força que torna o capitalismo invencível vem dessa origem natural indiscutível. Agora mesmo, enquanto falamos, há milhões de pessoas inventando maneiras novas de ganhar dinheiro. É óbvio que um governo central com seis burocratas dirigindo um país não vai ter a capacidade de ditar rumos a esses milhões de pessoas. Não tem cabimento.

O senhor se considera um direitista?

Eu, de direita? Era só o que faltava. A questão é muito clara. Quando ser de esquerda dava cadeia, ninguém era. Agora que dá prêmio, todo mundo é. Pensar isso a meu respeito não é honesto. Porque o que estou dizendo é que o socialismo acabou, estabeleceu ditaduras, não criou democracia em lugar algum e matou gente em quantidade. Isso tudo é verdade. Não estou inventando.

E Cuba?

Não posso defender um regime sob o qual eu não gostaria de viver. Não posso admirar um país do qual eu não possa sair na hora que quiser. Não dá para defender um regime em que não se possa publicar um livro sem pedir permissão ao governo. Apesar disso, há uma porção de intelectuais brasileiros que defendem Cuba, mas, obviamente, não querem viver lá de jeito nenhum. É difícil para as pessoas reconhecer que estavam erradas, que passaram a vida toda pregando uma coisa que nunca deu certo.



OS OBJETIVOS DA COMISSÃO DA VERDADE
Luis Nassif


A Comissão da Verdade NUNCA foi uma demanda da sociedade brasileira, que tem outras e muito mais reais preocupações, conforme pesquisa conduzida pelo próprio Governo através do IPEA.  


A população brasileira tem como primeira preocupação a violência de que é vítima nas ruas, nas casas, nas escolas, nos latrocínios, nos arrastões, violência essa que parece não incomodar a mínima a esquerda que no seu subconsciente acha que o assaltante é ao final um coitadinho que apenas está fazendo justiça social.


A Comissão da Verdade é um PROJETO político da esquerda radical, que não está nem aí para as famílias das vítimas, usadas como cobertura do projeto e sim com o CAPITAL POLITICO que pretende gerar com essa Comissão, emparedando as Forças Armadas para ao final enfraquecê-las.

Os governos pós-regime militar não se arriscaram com esse projeto, nem o próprio Lula se entusiasmou com a instalação dessa comissão, o atual Governo, não obstante o equilíbrio e a sensatez da Presidente Dilma, pareceu sem forças para resistir a essa investida da esquerda radical e tentou minimizar a pressão com a indicação de dois nomes mais centrados, José Carlos Dias e Gilson Dipp, o que de imediato gerou protestos dos radicais, que queriam uma Comissão 100% esquerdizante.

O custo político para o Governo será alto.

No meio militar não há ilusões quanto às reais intenções dos “pais” dessa Comissão, especialmente do seu obvio “líder”, Paulo Sérgio Pinheiro, o mesmo que operou, de dentro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, onde era Vice-Presidente, a montagem do processo originário de uma denúncia de parente de guerrilheiro do Araguaia, apresentada em 2009 que evoluiu para um processo de condenação do Brasil na Corte de São Jose.  

Paulo Sérgio Pinheiro, um típico esquerda de salão de nível internacional, é determinado, preparado, bem conectado e tem um projeto definido, conhece como ninguém os bastidores desse movimento internacional de direitos humanos aparentemente neutro, mas na realidade cabeça de ponte de objetivos muito mais altos.

Em um momento que o Estado brasileiro deveria dar a partida para um grande projeto de 'upgrade' de suas Forças Armadas, para elevá-las ao nível de importância do Brasil na ordem global, considerando que o Brasil está MUITO ABAIXO dos outros BRICs no potencial militar, neste momento crucial o Estado brasileiro se dá ao luxo de desprestigiar ao máximo suas Forças Armadas ao colocá-las no banco dos réus como se marginais fossem, detonando um capital vital para a operação militar, qual seja o prestígio e o apoio que o Estado dá à sua Instituição Militar.

Os outros grandes emergentes, a Rússia, a China e a Índia jamais cairiam nessa armadilha e suas Forças Armadas, se fosse possível um ranking de violência, fariam as nossas serem inocentes escoteiros, mas nenhum desses grandes Estados cogitou de colocar suas forças armadas como rés de um processo público de desmoralização avalizada pelo Estado.

Não venham com o exemplo do Chile.  As Forças Armadas chilenas são a instituição mais forte do País; até hoje, as forças mais bem equipadas da America Latina; não houve nenhum processo de julgamento da Instituição Militar chilena, cujo currículo de violação de direitos humanos é infinitamente mais pesado do que se acusam as do Brasil... e olhe que o Chile em população é menos de um décimo da que é o Brasil.  

A Instituição Militar chilena manteve toda sua estrutura intacta, sua participação no Orçamento é vinculada à arrecadação, nunca tiveram falta de verbas ou sucateamento.

Os processos de saída dos regimes militares argentino, chileno e uruguaio foram completamente diferente do brasileiro, suas anistias foram auto-concedidas e não negociadas e se referiram apenas ao lado militar e não aos seus adversários, portanto comparar os processos é uma fraude intencional.

Como diria o Príncipe de Talleurand, esse projeto mais que um crime, é um erro e o Brasil nada ganha com ele. O resultado de Forças Armadas desmoralizadas é que no futuro os jovens não mais verão na carreira militar um atrativo. Ninguém quer atrelar seu futuro a uma Instituição enfraquecida, tampouco um jovem vai fazer sacrifícios em favor de uma corporação desmoralizada. Um País das dimensões do Brasil fará uma loucura em tornar dispensável uma das mais importantes Instituições que formaram o País através de séculos de História.

NOTA: Esses objetivos estão sendo ignorados pelos nossos CHEFES MILITARES, que preferem manter suas funções, porém, quando acordarem e quiserem reagir será tarde demais: as FORÇAS ARMADAS estarão desmoralizadas e desacreditadas e ninguém desejará ingressar nas mesmas...  A profissão militar se tornará uma profissão de 3ª classe...  QUEM VIVER VERÁ!

A VERDADE É FILHA DO TEMPO, NÃO DA AUTORIDADE
(GALILEU GALILEI)