5 de out. de 2011

Boatos no escritório
DESPEDIDA DE NANCY IRIARTE

(EX-ESPOSA DE HUGO CHAVEZ)


Despedida precoce de Nancy Iriarte Díaz (sua ex-esposa) a Hugo Chávez

(publicada em 9 de agosto de 2011 no jornal venezuelano “El Universal”)

          Hugo, algumas considerações sobre a tua morte que se aproxima:

      Não quero que partas desta vida sem antes nos despedirmos, porque tens feito um mal imenso a muita gente, tens arruinado famílias inteiras, tens obrigado legiões de compatriotas a emigrar para outras terras, tens enlutado um número incontável de lares, aos que achavas que eram teus inimigos os perseguiste sem quartel, os aprisionaste em cubículos indignos até para animais, os insultaste, os humilhaste, os enganaste, não só porque te achavas poderoso, mas também imortal... Porque o fim dos tempos não te alcançaria.

Mas a tua hora chegou, os prazos se esgotaram, o teu contrato chega ao seu fim, teu "ciclo vital" se apaga pouco a pouco e não da melhor maneira; provavelmente morrerás numa cama, rodeado de tua família, assustada, porque vais ter que prestar contas uma vez que dás teu último alento, partes desta vida cheio de angústia e de medo, lá vão estar os padres a quem perseguiste e insultaste, os representantes dessa Igreja que ultrajaste por prazer, claro que vão te dar a extrema unção e os santos óleos, não uma, mas muitas vezes, mas tu e eles sabeis que não servirão para nada, mas só para acalmar o pânico a que está presa a tua alma ante o momento que tudo define.

Morres enfermo, padecendo do despejo, das complicações imunológicas, dos terríveis efeitos secundários das curas que prometeram alongar a tua vida, teus órgãos vão se deteriorando, um a um, tuas faculdades mentais vão perdendo o brilho que as caracterizava, teus líquidos e fluidos são coletados em bolsas plásticas com esse fedor de morte que tanto te repugna.

Dize-me, neste momento, antes que te apliquem uma nova injeção para acalmar as dores insuportáveis de que padeces, vale a pena que me digas que não te possam tirar a dança – ah! – as viagens pelo mundo, os maravilhosos palácios que te receberam, as paradas militares em tua honra, as limusines, os títulos honoríficos, os pisos dos hotéis cinco estrelas, as faustosas cenas de estado... Dize-me agora que vomitas o mingau de abóbora que as enfermeiras te dão na boca, se era sobre isso que se tratava a vida, pois os brilhos e as lantejoulas já não aparecem nos monitores e máquinas de ressuscitação que te rodeiam, as marchas e os aplausos agora são meros bipes e alarmes dos sensores que regulam teus sinais vitais que se tornam mais débeis.

Podes escutar o povo do teu país lá fora do teu quarto?... Deve ser tua imaginação ou os efeitos da morfina, não estás na tua pátria, estás em outro lado, muito distante, entre gente que não conheces... Sim, estás morrendo em teu próprio exílio, entre um bando de moleques a quem confiou entregar teu próprio país, teus últimos momentos serão passados entre cafetões e vigaristas, entre a tua coorte de aduladores que só te mostram afeto porque lhes davas dinheiro e poder; todos te olham preocupados e com raiva, nunca deixaste que nenhum deles pudesse ter a oportunidade de te suceder; agora os deixas ao desabrigo e teu país à beira de uma guerra civil... Era isso o que querias? Foi essa a tua missão nesta vida? Esquece-te da quantidade de pobres, agora há mais pobres do que quando chegaste ao poder; esquece-te da justiça e da igualdade quando praticamente lhe entregaste o país a uma força estrangeira que agora teremos de desalojar à força e ao custo de mais vidas.

Tenho a leve impressão que agora sabes que te equivocaste; acreditaste num conto de passagem e te julgaste revolucionário, e por ser revolucionário... imortal; convocaste para o teu lado os mortos, teus heróis, esses fantasmas que também julgavas ter vida, Bolívar, Che Guevara, Fidel, e Marx que nunca conheceste e que recomendavas a sua leitura... Andar com mortos te levou à magia e aos babalaôs, te meteste a violar sepulturas, e a fazer oferendas a uma coorte de demônios e espíritos maus que agora te acompanham... Sentes a presença deles no quarto? Estão vindo te cobrar, recolher a única coisa que deverias valorizar em tua vida e que tão sinistramente atiraste na obscuridade e no mal, a tua alma.

Bem, me despeço; só queria que soubesses que passarás para a história do teu país como um traidor e um covarde, por não teres retificado tua conduta quando pudeste e te deixaste levar por tua soberba, por teus ideais equivocados, por tua ideologia sinistra, renunciando aos valores mais apreciados, a tua liberdade e à liberdade dos outros, e a liberdade nos torna mais humanos.

"O socialismo só funciona em dois lugares: no céu, onde não precisam dele, e no inferno onde é a regra dos que sofrem".

Nancy Iriarte Díaz
Financial Times diz que conselhos de Dilma 
para a crise são hipócritas
terça-feira, 4 de outubro de 2011


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O jornal Financial Times afirmou nesta terça-feira que os conselhos do Brasil para a crise econômica soam hipócritas e irreais. Segundo um artigo publicado pelo jornal, os avisos da presidente Dilma Rousseff sobre o perigo de a União Europeia adotar impostos restritivos neste momento são contraditórios.  O jornal cita o fato de o País estar na 152ª posição do ranking do Banco Mundial por ter carga pesada de impostos. 

O conselho de Dilma teria sido feito nesta última segunda feira em sua primeira visita à Europa como presidente do Brasil. "No nosso caso, políticas fiscais restritivas extremas apenas aprofundaram o processo de estagnação e de perdas de oportunidades", teria dito a presidente em referência à crise da América Latina nos anos 80: "É difícil sair da crise sem aumentar o consumo e o crescimento". 

Segundo o veículo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é um dos pioneiros nesta relação e sugeriu, no mês passado, um pacote "excêntrico" dos Brics para socorrer a zona do euro. O Financial Times ressalta que Mantega falhou ao consultar os países do Brics, como a China, que possui a maior parte das reservas estrangeiras do bloco.

Segundo o jornal, até mesmo os outros países ficaram surpresos pela sugestão de o Brasil socorrer países como a Itália, que possuí riquezas em serviços e produtos per capita três vezes mais do que o próprio país. 

"Não há dúvidas de que o Brasil agora sente que tem o direito de distribuir tantos conselhos, apesar de tolos", finaliza o jornal

“Como dissemos muitas vezes, a democracia não deve ser um regime suicida, que dê a seus adversários o direito de trucidá-la, para não incorrer no risco de ferir uma legalidade que seus adversários são os primeiros a desrespeitar”. 

(O Globo, 31 de março de 1964).

Emmanuel Kelly

(legendado)


Carta da Dra. DRA. MARIA ISABEL LEPSCH 
ao Governador do RIO DE JANEIRO, SERGIO CABRAL

Sabe governador, somos contemporâneos, quase da mesma idade, mas vivemos em mundos bem diferentes. Sou classe média, bem média, médica, pediatra, deprimida e indignada com as canalhices que estão acontecendo. Não conheço bem a sua história pessoal e certamente o senhor não sabe nada da minha também. 

Imagem colocada pelo Blog
Fiz um vestibular bastante disputado e com grande empenho tive a oportunidade de freqüentar a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, hoje esquartejada pela omissão e politiquices do poder público estadual. 

Fiz treinamento no Hospital Pedro Ernesto, hoje vivendo de esmolas emergenciais em troca de leitos da dengue. Parece-me que o senhor desconhece esta realidade. O seu terceiro grau não foi tão suado assim, em universidade sem muito prestígio, curso na época pouco disputado, turma de meninos Zona Sul...

Aprendi medicina em hospital de pobre, trabalhei muito sem remuneração em troca de aprendizado. Ao final do curso, nova seleção, agora, para residência. Mais trabalho com pouco dinheiro e pacientes pobres, o povo.. Sempre fui doutrinada a fazer o máximo com o mínimo. Muitas noites sem dormir, e lhe garanto que não foram em salinhas refrigeradas costurando coligações e acordos para o povo que o senhor nem conhece o cheiro ou choro em momento de dor.

No início da década de noventa fui aprovada num concurso para ser médica da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. A melhor decisão da minha vida, da qual hoje mais do que nunca não me arrependo, foi abandonar este cargo. 

Não se pode querer ser Dom Quixote, herói ou justiceiro. Dói assistir a morte por falta de recursos. Dói, como mãe de quatro filhos, ver outros filhos de outras mães não serem salvos por falta de condições de trabalho. 

Fingir que trabalha, fingir que é médico, estar cara-a-cara com o paciente como representante de um sistema de saúde ridículo, ter a possibilidade de se contaminar e se acostumar com uma pseudo-medicina é doloroso, aviltante e uma enorme frustração. 

Aprendi em muitas daquelas noites insones tudo o que sei fazer e gosto muito do que eu faço. Sou médica porque gosto. Sou pediatra por opção e com convicção. Não me arrependo. Prometi a mim mesma fazer o melhor de mim.

É um deboche numa cidade como o Rio de Janeiro, num estado como o nosso assistir políticos como o senhor discursarem com a cara mais lavada que este é o momento de deixar de lenga-lenga para salvar vidas. Que vidas, senhor governador ? Nas UPAS? tudo de fachada para engabelar o povão!!!! 

Por amor ao povo o senhor trabalharia pelo que o senhor paga ao médico ? Os médicos não criaram os mosquitos. Os hospitais não estão com problema somente agora. Não faltam especialistas. O que falta é quem queira se sujeitar à triste realidade do médico da SES para tentar resolver emergencialmente a omissão de anos.

A mídia planta terrorismo no coração das mães que desesperadas correm a qualquer sintoma inespecífico para as urgências... Não há pediatra neste momento que não esteja sobrecarregado. Mesmo na medicina privada há uma grande dificuldade em administrar uma demanda absurda de atendimentos em clínicas, consultórios ou telefones. 

Todos em pânico. E aí vem o senhor com a história do lenga-lenga.
 
Acorde governador ! 

Hoje o senhor é poder executivo. Esqueça um pouco das fotos com o presidente e com a mãe do PAC, esqueça a escolha do prefeito, esqueça a carinha de bom moço consternado na televisão. Faça a mudança. Execute."Lenga-lenga" é não mudar os hospitais e os salários. 

Quem sabe o senhor poderia trabalhar como voluntário também. Chame a sua família. Venha sentir o stress de uma mãe, não daquelas de pracinha com babá, que o senhor bem conhece, mas daquelas que nem podem faltar ao trabalho para cuidar de um filho doente. Venha preparado porque as pessoas estão armadas, com pouca tolerância, em pânico. Quem sabe entra no seu nariz o cheiro do pobre, do povo e o senhor tenta virar o jogo. 

A responsabilidade é sua,governador.

Afinal, quem é, ou são, os vagabundos, Governador ?

Dra. Ma. Isabel Lepsch
ICARAÍ Rua Miguel de Frias 51 sala 303 
Tel: 2704-4104/9986-2514

Através da Divulgação é que podemos tentar ajudar a diminuir a DESASSISTÊNCIA TOTAL DO GOVERNO AOS HOSPITAIS PÚBLICOS DO BRASIL
Security depends on a good navy
(15 Jun 2011)

      NAVY chief Admiral Sir Mark Stanhope warned in The Sun yesterday that the war in Libya is draining the fleet's resources fast. Recent cuts have seen the mothballing of aircraft carrier Ark Royal and its Harrier jets. Here, writing exclusively for The Sun, Sir Mark, 59, explains why, despite cuts, the Navy's work is so important.


I know just how fiercely proud Sun readers and the British public are of the Royal Navy.
For them, the Royal Navy is part of what it means to be British. They expect their Navy to be both strong and respected around the world.
Yet it can be difficult to appreciate how much the Royal Navy does to protect Britain's interests.
We live in a country surrounded by water. This means most of the goods in our shops reach us by the world's superhighway — the sea.
In fact, 95 per cent of UK trade by volume and 90 per cent by value is carried by sea and we import much of the food and energy we need.
The UK's prosperity and security depend on our ability to keep our links with the rest of the world open.
We live in a complex, volatile and unpredictable world and it falls to the Navy to protect our people and our global interests.
How? By guaranteeing access to areas which are vital to our prosperity and security.
Which is why 8,000 sailors and marines are deployed on operations around the world and 30 ships and submarines are at sea, protecting Britain's interests from terrorists, pirates and drug smugglers.
Alongside the Army and RAF, the Royal Navy and Royal Marines are conducting operations across Afghanistan. Nearly 40 per cent of British Armed Forces personnel deployed in Afghanistan are sailors or marines. Right now, a Trident submarine is providing the UK with the ultimate protection — a submarine-based strategic nuclear deterrent, now in its 43rd year, on continuous alert.
And 450 Royal Navy personnel are helping maintain the Libyan arms embargo and no fly zone, having successfully extracted British and other nationals to safety.
The Royal Navy is also protecting UK waters by conducting counter-terrorist and security patrols, fishery protection and providing search and rescue cover. All these ongoing operations are a timely reminder of the utility of your modern, flexible Navy — able to move efficiently from war fighting to humanitarian assistance.
Which is why we are building two new aircraft carriers, have just commissioned the third of six new Type 45 ships, have launched the second of seven Astute-class submarines, are upgrading our helicopter fleets and will deliver 13 new Type 26 global combat ships, four fleet tankers and three support ships.
So, even in this age of air travel and instant global communication, it is still necessary to protect Britain's interests at sea. That is why the Royal Navy is out there — often hidden from view, many miles from land — right now.
That is why the Royal Navy plays a pivotal role supporting the delivery of the UK Government's global responsibilities and global ambitions.
And it is the courageous men and women, sailors and marines I'm fiercely proud to lead, who, with your support, make this all possible. Out there, right now.
A Hyundai perguntou:
   

O fim do mundo
Para refletir: um trader que fala com sinceridade.
(legendado)

3 de out. de 2011

Goblo.com 2030, o seu portal do futuro
   

Glary Utilities
        Este é um excelente software gratuito que, dentre suas inúmeras aplicações, permite apagar efetivamente  arquivos e diretórios, assim como limpar o espaço "livre" de seu disco.




        Quando você deleta um arquivo, na verdade apenas está apagando da FAT (tabela de alocação de arquivos) os endereços onde o arquivo está gravado nos setores do disco rígido. Por isso é possível restaurar arquivos deletados, mesmo que eles já tenham sido excluídos da lixeira, o que é um "prato-feito" para quem deseja bisbilhotar computadores alheios.


        Esta aplicação, para "apagar de fato" um arquivo, um diretório, ou "limpar" toda a área disponível de seu disco (ou pen drive), utiliza um algoritmo do Ministério da Defesa americano, que executa três varreduras do "alvo" (arquivo, diretório ou área livre), substituindo sucessivamente todos os bits por  "0" e "1".


        Se você não desejar perder muito tempo, pode optar por uma única varredura, o que já proporciona bastante segurança contra os bisbilhoteiros brasileiros.


        Abaixo uma tabela completa de todas as funções do Glary., que você pode baixar clicando aqui.


Category
Modules
Clean Up & RepairDisk Cleaner
Removes junk data from your disks and recovers disk space
Registry Cleaner
Scans and cleans up your registry to improve your system's performance.
Shortcuts Fixer
Corrects the errors in your startmenu & desktop shortcuts
Uninstall Manager
Uninstalls programs completely that you don't need any more
Optimize & ImproveStartup Manager
Manages programs which run automatically on startup
Memory Optimizer
Monitors and optimizes free memory in the background
Context Menu Manager
Manages the context-menu entries for files, folders...
Registry Defrag
Defrag the Windows registry to speed up your computer
Privacy & SecurityTracks Eraser
Erases all the traces,evidences,cookies,internet history and more
File Shredder
Erases files permanently so that no one can recover them
File Undelete
Quick and effective way to retrieve accidentally deleted files
File Encrypter and Decrypter
Protects your files from unauthorized access and use.
Files & FoldersDisk Analysis
Shows you the disk space usage of your files and folders
Duplicate Files Finder
Searches for space-wasting and error producing duplicate files
Empty Folders Finder
Finds and removes empty folders in your windows
File Splitter and Joiner
Splits large files into smaller manageable files, and then rejoin them.
System ToolsProcess Manager
Monitors programs that run on your PC and stop spyware and Trojans.
Internet Explorer Assistant
Manages Internet Explorer Add-ons and restores hijacked settings
Windows Standard Tools
Provides direct access to the useful windows default functions.
Goblo.com 2030, o seu portal do futuro
   

A VERDADE DE ALGUNS
   
Texto de Marco Antonio Esteves Balbi (*)

Um grupo de abnegados democratas busca demonstrar, já faz algum tempo, a evolução do processo revolucionário no Brasil, de acordo com o modelo gramscista, que atende perfeitamente à estratégia da esquerda brasileira, após a derrocada da última tentativa de tomada do poder e a avaliação que fizeram para obter êxito na próxima. 

Observaram que o inimigo concluiu como de fundamental importância a neutralização da “grande barreira”, assim chamadas as Forças Armadas do Brasil, por terem sido elas que nunca tergiversaram em combater os tentames anteriores, a saber: 1935, 1964, 1968/1974. Com sacrifício de vidas, atendendo ao clamor da população, apoiado pela imprensa e pelas vivandeiras de ocasião, submeteram-se até mesmo às incompreensões futuras de uma história recontada ao sabor dos interesses dos derrotados.

Para recontar a história utilizaram-se de vários subterfúgios. Dentre eles pode-se destacar a primeira tentativa de anular os efeitos da Lei da Anistia, derrotada no STF. Valeram-se até mesmo de foros internacionais ligados aos direitos humanos, que não possuem qualquer ingerência sobre os tribunais brasileiros.

De maneira similar, conseguiram viabilizar uma impossível busca por corpos e ossadas na área por eles conflagrada, no Araguaia, onde velhos dirigentes partidários conduziram jovens entusiasmados para criar o que seria uma área liberada, com imediato reconhecimento de nações como a Albânia. Não poderia dar certo, abandonaram seus combatentes por lá e agora querem que nós todos os procuremos para dar satisfação às famílias que perderam os seus.

Concomitantemente, através do PNDH 3, deram início ao proselitismo de buscar a verdade, mal comparando a situação ocorrida no Brasil com o que se passou em outras partes do mundo. Assim, o poder executivo encaminhou ao legislativo o projeto da criação da Comissão da Verdade. Aqueles que se debruçarem sobre o mesmo para estudá-lo com profundidade, poderão observar as mais variadas incoerências e inconsequências, propositais ou não.

Sem querer cansá-los e sem entrar em considerações afeitas aos que se dedicam ao estudo das leis, o projeto, já no seu Art 1º remete ao Art 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para fins de enquadramento do período sobre o qual a Comissão fará a sua análise. Este artigo define como períodos para concessão da anistia três diferentes datas e dois diplomas legais. Pergunto: foi proposital, para confundir, para atender interesses de uma determinada época, de um determinado período no tempo, podendo até mesmo começar em 1946?

O descrito no parágrafo anterior é só um pequeno detalhe da análise do documento, que certamente submetido aos juristas e constitucionalistas encontraria muitas outras incongruências. Os jornalistas Reinaldo Azevedo e Ricardo Setti, entre outros, já escreveram vários textos sobre o assunto.

Muito bem! A atual gestão houve por bem acelerar o processo de votação do projeto da Comissão da Verdade, pressionado politicamente por outras polêmicas como a relacionada ao sigilo de documentos e, novamente, a pressão internacional dos direitos humanos.

Coube ao Sr Nelson Jobim, aparar as arestas junto àqueles que poderiam se interpor para a feliz consecução do objetivo. Assim, conduziu “astuciosa” conversa com os Comandantes das Forças Armadas. Para o convencimento utilizou-se do argumento que, sob hipótese nenhuma, a Lei da Anistia seria revista e que se apurariam os atos cometidos quer pelas forças de segurança, quer pelas organizações subversivas.

Com a saída do Sr Jobim do Ministério, assumiu a tarefa de continuar a viabilização da votação em regime de urgência, sem maiores discussões e em votação simbólica dos líderes, o assessor José Genoino. Seu currículo dispensa apresentação. Também o Sr Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que representou no ano passado o seu partido junto à reunião do Foro de São Paulo, assumiu o papel de articulador junto ao Congresso Nacional, em particular às oposições. E ambos contavam com um argumento irrecorrível: os comandantes militares concordam!

Tímida reação começou a transparecer. Como já tive oportunidade de citar, os jornalistas Ricardo Setti, Reinaldo Azevedo, Aluizio Amorim, Claúdio Mafra, dentre outros e alguns políticos mostraram perplexidade com o andamento do assunto. Os grupos que congregam militares e civis democratas tentam se fazer ouvir e parece que começam a acordar da letargia e verificar que é preciso reagir, tentando atuar agora junto ao Senado Federal.

Valho-me, para finalizar, do comentário feito pelo leitor José Augusto-BH no blog do Ricardo Setti, sugerindo que o nome da Comissão passasse a ser “Comissão Radical da Verdade Absoluta e Inquestionável.” E outro leitor lembra uma frase, de autoria atribuída a Pedro Malan que diz: “ No Brasil, até o passado é imprevisível.”

Será?
(*) o autor é Cel. do Exército
O ATUAL MOMENTO E OS MILITARES

Texto de Luiz Gentil
Publicado em Reserva MAR, TERRA e AR (17 Set 2011)


O motivo da inércia de nossas Forças Armadas em relação ao que acontece na política brasileira, com os constantes "saques" dos tributos e absolvição de políticos corruptos como se fossem "salvadores" da Pátria.


O Sacrifício de Andrômeda

O artigo Gado Fardado tem sido interpretado por alguns como sendo a prova de que nossas Forças Armadas estão acovardadas e que os comandantes militares perderam sua coragem. O post é passível desta interpretação, mas não é exatamente a mais correta. O texto não é uma afirmação, mas uma análise de como o silêncio pode ser visto como falta de pulso, de coragem. Afinal, fica por demais complicado de se entender porque nossos chefes se calam diante de tamanha falsificação da história brasileira que é diuturnamente incutida na cabeça de nossa juventude universitária, de onde sairão formadores de opinião e líderes de todos os setores. É claro que existem oficiais, subtenentes e sargentos marcados com a ideologia do partido. Mas estes compõem a minoria dos integrantes de nossas Forças Armadas. O problema é que o silêncio destas acaba por deixar margem para interpretações equivocadas. E é justamente isto o que está colocado naquele post.

O fato é que vivemos uma situação inusitada. A grande maioria da população é simpática aos militares e aos valores morais que eles defendem e representam. Acontece que a minoria é barulhenta e faz parecer justamente o contrário. Estes estão no poder hoje (tanto político quanto cultural) e nos fazem crer que sua ideologia revolucionária e amoral é a vontade de toda a população o que, de fato, não é verdade. A imensa vantagem da esquerda sobre as forças conservadoras (ou de direita) é que aquela é infinitamente mais bem organizada e articulada do que estas, mesmo sendo a minoria do pensamento de todo povo brasileiro.

Neste contexto, os militares também estão inseridos. A eles cabe a guarda das instituições e não das pessoas que as representam. A eles cabe manter a ordem de todo o Estado Brasileiro. A eles cabe garantir que, mesmo cercados por antigos desafetos, a segurança interna e as garantias individuais sejam respeitadas.

O movimento de 31 de março de 1964 não foi articulado pelos militares. Não saíram dos quartéis pura e simplesmente para acabar com a ameaça comunista. Eles atenderam o clamor popular da época pelo fim de atos de violência praticados pelo PCB e, especialmente, pela ameaça à propriedade privada sinalizada pelas reformas de João Goulart. Por trás de cada homem fardado estava (assim como hoje está) a vontade popular, a defesa do Brasil como Nação livre que, por pouco, não se tornou mais uma república popular comunista com seus fuzilamentos, assassinatos e fome generalizada.

Hoje pode parecer que os Comandantes militares, se acovardam diante do status quo. E foi justamente esta a essência do post "Gado Fardado": que, para quem enxerga de fora, nossos militares estão marcados e castrados, fruto do silêncio da instituição a respeito daqueles conturbados anos e da situação atual.

O problema é que a verdade precisa ser redescoberta pela população. É preciso que grupos de pessoas se reúnam, se organizem em busca dos fatos que ocorreram na nossa história recente. É preciso que se criem grupos de estudos conservadores que não tenham vergonha de sê-lo. Aqueles que possuem o conhecimento precisam difundi-lo e mostrar para nossa sociedade que ela não está sozinha, que por mais que a esquerda tente impor sua ideologia como sendo a vontade popular, a maioria conservadora brasileira estará atenta e organizada para, pelo voto, por artigos em jornais, produção cultural e partidos políticos devolver o país a seu verdadeiro caminho.

Enquanto isto não acontece, nossos militares permanecem em silêncio, mas certos de suas convicções. De nada adianta a caserna se revoltar e retomar o poder à força pois, quando o fizer, estará perdendo a sua credibilidade. É preciso que a sociedade dita civil levante-se contra a doutrinação moral e ideológica que a envolve. Assim, os aparentes gados fardados nada mais são do que a representação do grande rebanho brasileiro. Enquanto a população não despertar do transe, os cidadãos fardados nada poderão fazer. Os sargentos, oficiais, chefes e comandantes militares, aparentemente acovardados, não se esqueceram dos valores que moldam nossa sociedade.

Não se esqueceram dos horrores do comunismo, e estão a par do que acontece em nosso país. Entretanto, não podem simplesmente agir e quebrar a atual conjuntura. Defendem, como já disse, as instituições, não as pessoas que as representam.

Como a princesa Andrômeda fizera pelo seu povo, oferecendo a vida à Poseidon, sacrificam seus ideias em prol de algo maior que é a estabilidade da Nação. Resistem como rochas à toda sorte de críticas e provocações para manter viva a possibilidade de mudança sem derramamento de sangue.

Mesmo amarrados por correntes invisíveis que restringem seus movimentos, os Comandantes militares jamais deixaram de acreditar naquilo que sempre defenderam, sem se preocupar se sua determinação, coragem e honra serão questionadas. Suas convicções não serão abaladas por isso; não podem abalar-se por isto. Precisam cumprir o seu juramento de defender a integridade e as instituições da Pátria mesmo que custe a sua vida ou sua reputação.

Em algum tempo, a verdadeira história irá surgir. Em algum momento, pesquisadores sérios deixarão o mundo das ideias e partirão para a prática, organizando o difuso, porém, majoritário, pensamento conservador. Em alguma hora, a maioria da população irá se organizar para resgatar aquilo que mais de 20 anos de governos de esquerda subtraíram de seus direitos, de sua moral e de sua religião. E, pelo voto e pelo despertar da hipnose, os verdadeiros representantes da maioria irão ascender aos cargos mais altos do poder.
Quando este dia chegar, lá estarão os militares, prontos a legitimá-los e a defendê-los, como sempre fizeram. Tal como Andrômeda, o sacrifício não terá sido em vão.

COMENTÁRIO:

Os Generais de hoje, foram formados no antigo regime e estão atentos aos acontecimentos. Sua missão é garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem. Então, por que não agem contra os acontecimentos? Estão impedidos por dever Legal. A não ser que o clamor público provoque uma ação, nada será feito. Nós, sociedade, contribuímos para o que hoje se apresenta e só nós, sociedade, podemos reverter o atual quadro.

O momento é oportuno para o inicio do "CLAMOR PÚBLICO", os atos contra a corrupção que aconteceram neste 7 de setembro. Assim, os militares estarão legitimados pelo POVO para interceder no atual quadro. O que não se pode fazer é lhes cobrar ação enquanto estas não estiverem legitimadas pelos verdadeiros DONOS do Poder, O POVO BRASILEIRO.
Goblo.com 2030, o seu portal do futuro
   

DESCONSTRUINDO A RASA MORAL PROFUNDA DAS ESQUERDAS. OU: EM NOME DO PAI, DO MEU PAI.
Por Reinaldo Azevedo

Estão preparados para uma viagem um tantinho longa? Vamos lá. Acho que passaremos por paisagens intelectuais, morais e políticas interessantes. Se gostarem, multipliquem o texto por aí.

Muitos leitores reclamaram da minha suposta severidade na censura que fiz ao discurso da presidente Dilma Rousseff, naquela solenidade em que ela inaugurou, pela segunda vez, a promessa de construir 6.427 creches. Não há truncamento nenhum no meu texto. Eu escrevi mesmo “inaugurar promessas”, uma categoria de discurso introduzida na política por Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Dilma ontem seguiu-lhe os passos até no vocabulário. Chegou a soltar um “nunca antes na história destepaiz”.

Como já demonstrei aqui, seu plano de governo prevê, para este 2011, 1.695 creches. Não vai entregar nenhuma. Mas renovou a promessa de mais de seis mil para daqui a três anos e quatro meses… Então tá. Critiquei a fala da presidente porque ela afirmou, vejam lá, que, “com crianças bem-educadas”, teremos “uma sociedade mais ética.” Esse episódio e um outro ocorrido nesta semana — o Machado de Assis branco na propaganda da Caixa Econômica Federal — contam um pouco do nosso tempo. Na verdade, o que denuncia esse tempo nem são esses acontecimentos em si, mas o silêncio daqueles acostumados a reagir. Essas duas ocorrências são muito mais reveladoras de certo estado de coisas do que notamos à primeira vista. Aqui vou ter de fazer uma digressão que mistura um tantinho de memória pessoal com outro de memória da civilização. Vamos lá.

A digressão

Acho que já contei aqui, mas relembro. Eu andava meio afastado da esquerda — perdido, ou achado, cá em meus pensamentos — em abril de 1982, mas ainda não tinha tido aquele ímpeto do rompimento definitivo, que liberta. Aí veio a “orientação” de fora: deveríamos adotar a palavra de ordem “As Malvinas são argentinas”. As ilhas tinham sido invadidas pelo general Galtieri, numa tentativa de dar sobrevida àquela que foi a segunda ditadura mais sanguinária da América Latina — só perdeu para a cubana: 30 mil mortos e desaparecidos contra 100 mil, caso se considerem todos os que se afogaram tentando fugir do “paraíso” dos irmãos Castro, de onde ninguém podia sair. Confesso, constrangido, que usei aquela tragédia como uma janela: “Desculpem, camaradas! Eu não consigo defender essa porcaria”. Mas o meu rompimento intelectual, moral, ético e até sentimental era anterior. Vi de perto como as coisas funcionavam. O PT existia havia apenas um ano; lá estava o ovo da serpente.

O que pensavam, de fato, aqueles “progressistas” todos sobre o operariado, gente com a qual eu convivia, que havia me dado boa parte da minha memória afetiva? Como aqueles “amigos do povo” veriam, por exemplo, o meu pai operário, suas unhas tingidas de graxa e sua ignorância revolucionária? “Povo”? As esquerdas jamais se interessaram de verdade pelos homens e mulheres que há. Eles são meros coadjuvantes de uma narrativa protagonizada pela elite revolucionária em nome do “homem a haver”. E, para que se construa esse novo tempo, tudo é, então, permitido. Aqueles esquerdistas com os quais convivi dos 14 aos 21 anos eram os herdeiros, intelectuais ao menos, do Lênin que mandara fechar a Assembléia em 1918 porque teria se transformado em instrumento dos reacionários.

O chefão homicida do golpe bolchevique abusou como quis da teoria marxista, mas não neste particular: a concepção de que uma elite intelectual deve conduzir uma classe que nem mesmo tem consciência de seu papel revolucionário é um dos pilares demoníacos do marxismo. O “demônio” entra aqui como uma metáfora. Recorro à imagem porque aí está a justificação do mal — de qualquer mal. Este homem que se define por tudo o que não sabe e por tudo o que não é se torna mero instrumento do ente de razão que vai conduzir a luta: o partido — que será a correia que fará girar o motor da história.

Os homens reais, com seus problemas reais, desaparecem. Na verdade, eles são considerados, muitas vezes, entraves ao correto ordenamento da história. A coletivização da agricultura soviética a partir de 1929, que matou milhões de pessoas de fome, não foi só uma tara stalinista. Era uma exigência do “modelo” de industrialização forçada para “construir o socialismo”, nada que um esquerdista qualquer não pudesse ou não possa ainda hoje justificar moralmente.

Fim da digressão

Faço essa digressão com o propósito de evidenciar que, para os esquerdistas de ontem ou de hoje, um ato, um discurso, uma decisão, uma escolha etc. não têm um valor em si, não se definem pelo conteúdo que encerram. Seu significado depende do uso que o grupo considerado progressista (no passado, dir-se-ia “a classe revolucionária”) possa fazer dele. Como queria o teórico comunista italiano Antonio Gramsci, pai das esquerdas contemporâneas, para um esquerdista, “todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele.”
Em Gramsci, como vocês sabem, o “Moderno Príncipe” é o partido. Assim, uma fala tida por “criminosa” na boca, por exemplo, de um tucano ou de um democrata pode ser considerada absolutamente virtuosa se dita por um petista. O mesmo vale para as decisões de governo. Os petistas, só para vocês terem uma idéia, no primeiro mandato de Lula, eram favoráveis à reforma da Previdência para os servidores federais e contra a mesma reforma para os servidores de São Paulo, governado pelo PSDB…

Agora Dilma

Imaginem vocês se FHC estabelecesse uma relação de causa e efeito entre educação formal e apuro ético, como fez Dilma; se sugerisse que pessoas com mais escolaridade se tornam também capazes de ações e de escolhas mais justas. Logo diriam que o “sociólogo da Sorbonne” estaria fazendo pouco caso do Apedeuta; que sua fala era expressão típica da arrogância das elites; que estaria culpando o povo e os pobres pelas lambanças do país. Metralhariam o tucano indagando se os desmandos no governo federal são praticados pelo povo ou pelos bacanas no poder.

O petralha mais espertinho — é aquele que consegue, por algum tempo, tirar as patas dianteiras do chão — esfrega os cascos de satisfação e estala as orelhas: “Pegamos o Reinaldo Azevedo! Aquilo que ele diz que nós faríamos com FHC ele faz com Dilma; se nós estaríamos errados, então ele está”. Não! Podem voltar a coluna à posição original. EU TENHO UM HISTÓRICO NESTE BLOG E FORA DAQUI. Já escrevi dezenas, talvez centenas, de textos NEGANDO essa bobagem de que, por falta de informação ou de educação formal, o povo é incapaz de fazer escolhas morais — ou as faz, mas de modo prejudicado.

Meu pai estudou até o terceiro ano primário. Depois teve de ir pra roça. Mais tarde virou domador de cavalos. Era a pessoa mais honesta que conheci. Padecendo enormemente no fim da vida, nunca — e nunca quer dizer “nunca” — eu o ouvi reclamar, nem mesmo das dores lancinantes. “Tem gente que sofre muito mais”, ele me disse. E não encompridou o assunto porque era econômico nas palavras. Escrevo em nome do pai. Do meu pai. Ele não era pobre e, por isso, decente. Isso é tara moral de antropólogo vigarista. Era um homem decente, circunstancialmente pobre. A esquerda vagabunda não vai entender isso jamais.

Aquela minha digressão não foi à-toa. Cheguei aos 50 sem perder o fio; penso com começo, meio e fim. Expliquei acima por que repudio a concepção marxista de que uma elite revolucionária é consciência crítica e vanguardeira da massa inconsciente de seu poder revolucionário. Especialmente quando debato segurança pública, trato com verdadeiro asco a tese de que pobreza condiciona atos criminosos e predispõe à violência. Quem quer que expresse esse pensamento na minha presença ouvirá uma severa contraposição. Os petistas, eles sim, operam com um peso e duas medidas, desequilibrando a balança da justiça; eles, sim, aplaudem na boca de uma aliada o que vaiariam na boca de um adversário.

Assim, os orelhudos não me pegaram, não! Eu sempre afirmei que essa sociologice barata, aparentemente piedosa, é preconceituosa. E seus efeitos são os mais deletérios. Tem reflexos nas políticas vagabundas de segurança pública, que evitam o confronto com o crime porque supõem que ele não deixa de ser expressão de uma revolta que, na origem, é socialmente motivada. Tem reflexos na escola, que passa a ser vista como palco de integração social e de vivência comunitária — para os “pobres de ética”, já estaria de bom tamanho —, não como um lugar de ensino e aprendizado, que lida com o saber e com a ciência.

Colei o “apedeuta” ao nome de Lula. Muita gente passou a chamá-lo assim, e isso me rende a pecha de “preconceituoso”. Tudo o que escrevi está em arquivo. Jamais ousei, porque repudio esta idéia, associar o padrão ético ou moral de Lula, que acho baixo, à sua pouca educação formal. Nunca! Aliás, eu sempre dissociei a sua notável inteligência de sua não menos notável ignorância. De resto, chamo-o “O Apedeuta” não por sua formação escolar, mas porque ele é profundamente orgulhoso de tudo aquilo que ele não sabe. Acho que essa questão ilustra bem esse capítulo. Eu, porque colei no ex-presidente o apelido de “apedeuta”, sou um elitista desprezível; Dilma, que associa apuro ético a educação formal — num governo que teve de demitir quatro ministros sob suspeita de corrupção — é só a mãe severa do povo…

De volta a Machado de Assis

É evidente que eu não acho que há racistas no comando da área de marketing da Caixa Econômica Federal ou da agência que produziu aquele filme em que o nosso maior escritor, sabidamente mestiço, parece um ariano. Eu até tomo bastante cuidado com isso porque sei o quanto apanho por ser um defensor da Constituição e me opor às cotas. Recomendo, se me permitem, o texto que escrevi ontem sobre o tema. Até identifico ali um tipo de racismo que chamo “de segundo grau”, que é aquele que tenta impor aos pretos uma agenda, como se eles não fossem livres para fazer suas escolhas. Não acho que a peça seja racista. É uma acusação exagerada. Mas é, quando menos, ignorante e frauda uma verdade factual. Numa peça publicitária que apela à história, é inaceitável. Se não foi ainda tirada do ar, tem de ser. Que seja refeita!

O meu ponto é outro. Pergunto por que a Secretaria da Igualdade Racial, por exemplo, não protestou. Fico cá imaginando qual seria a reação de algumas ONGs fosse essa uma propaganda de um “governo adversário” ou mesmo de alguma instituição bancária privada. Notaram? De novo, voltamos àquela questão do conteúdo: o que seria considerado criminoso nos “adversários” é, quando menos, aceitável nos aliados. A CEF não tem de se abespinhar. Tem mais é de reconhecer o erro. Esse é o governo que tentou censurar Monteiro Lobato. Decidiu-se colar na obra — depois houve um recuo — uma espécie de tarja de advertência. Não dá para ignorar, igualmente, que o governo federal aplica uma agressiva política de cotas raciais nas universidades federais, com requintes de estupidez em certas instituições, a exemplo da seleção “racial” por fotografia da UnB — não sei se em vigor. E, ainda que nada disso existisse, há o fato: Machado de Assis não era branco. Ponto. O fato de o nosso maior escritor ter sido um mestiço, aclamado ainda em vida numa sociedade escravocrata, diz muito de nossa história e de nossa identidade.

Vou encerrando…

Eu abandonei a esquerda, entre outros motivos, porque deixei de me interessar pela humanidade como um projeto. Eu me ocupo de homens reais, por sua história, por sua individualidade, por suas diferenças, por seus traços particulares. Tenho verdadeiro horror ao aparelhamento a que os esquerdistas, especialmente o PT hoje em dia, submetem as chamadas “lutas populares” ou de segmentos da sociedade, sejam os sindicatos, sejam as chamadas minorias. Tudo se converte, no fim das contas, em mero discurso ideológico, destinado a exaltar a igualdade como uma abstração. Não exalto nem satanizo “o povo” porque nem mesmo reconheço a existência dessa “entidade” — há muitos “povos” dentro de um povo.

Denunciar e desfazer a falácia de que certas forças políticas têm o monopólio do bem, pouco importando o que digam ou façam, é essencial. Trata-se, em última instância, de reafirmar o princípio da democracia. Se concedemos a uma corrente política ou a um indivíduo a certidão prévia da virtude, pouco importando o que eles digam ou façam, estamos escolhendo o caminho da nossa servidão.

E eu acho que é preciso dizer: “Não, vocês não podem!”