13 de abr. de 2011


Diálogo entre Colbert e Mazarino
Época: Século XVII – Reinado de Luís XIV - França
Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino: Se, se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar na prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criam-se outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E então os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como havemos de fazer?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham e se sacrificam, sonhando em vir a enriquecer e temem ficar pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos, mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável!

(*) Jules Mazarin,ou Giulio R. Mazzarino, italiano, nasceu no reino de Nápoles (1602/1661), tendo chegado a primeiro-ministro da França em 1642, sucedendo o Cardeal Richelieu. Odiado pelos franceses por aumentar impostos, teve que fugir da França, mas acabou voltando ao ministério de Luis XIV.

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