22 de mar. de 2012

Reescrevendo a História ou emporcalhando a Memória


Em geral, a população não sabe nada da História da Pátria. É pena. Conhecesse, saberia que a História Nacional e a História do Exército Brasileiro, praticamente, se confundem.
A formação da nacionalidade brasileira e a formação do espírito militar caminham juntas, cabendo, por oportuno, lembrar que a história militar de uma nação é a própria história do seu povo, pois a história do mundo é, principalmente, a sua história militar. 

Se estudasse, saberia que entre os construtores da nação e da nacionalidade estão nomes que ela nem conhece, civis e militares. 

No decorrer de nossa história, o Exército tem acompanhado com patriotismo a marcha dos acontecimentos, sempre imbuído do mais genuíno espírito cívico. Em sua gesta, o Exército tem legado à Nação e ao Povo brasileiro uma grandiosa herança, sua História Militar. No dizer de Gustavo Barroso: 

“[....] Ela (a história militar do Brasil) possui vultos e glórias fora do comum e está repleta de grandes ensinamentos técnicos e políticos. É rica de altas lições de sacrifício e de patriotismo. Ilustra - se de belos exemplos. Sua tradição de episódios, praxes, indumentária, instituições e organizações podem ser invocadas constantemente como base irremovível e inspiração fecunda de novas construções exigidas pelos novos tempos.”

O historiador Hernani Donato, em seu “Dicionário das Batalhas Brasileiras”, Rio de Janeiro, Bibliex, Editora São Paulo, 2001, na p. 11, destaca que: 

“Dos 365 dias do ano, apenas dois (25 Fev e 26 Mar) deixam de lembrar batalhas.” 

A presença da expressão militar na evolução histórica do Brasil não se restringiu à participação naquele sem número de batalhas, dado que sua projeção extrapolou os portões dos quartéis. Do alto de sua credibilidade, e respondendo aos legítimos anseios da sociedade, o estamento militar foi impelido em determinados momentos a assumir encargos além de sua destinação constitucional. 

Herança de um passado de lutas, o Exército Brasileiro ostenta o justo orgulho de efetivamente ter contribuído para a manutenção do extenso território nacional, evitando o esfacelamento ocorrido na América Espanhola. 

Eles, os militares, combateram em guerras que a maioria da população nunca ouviu falar. Na do Paraguai, vagamente; alguns, mal instruídos, para menosprezar o heroísmo nacional e glorificar a invasão paraguaia. 

Bem ou mal, por mais desligada e ignorante, a população, por certo, se orgulha de viver numa terra tão grande, onde se fala uma só língua, onde todos os estados estão unidos e fazem parte desta grande Nação. 

Por isso, com justa razão, por reconhecimento dos antigos, temos ruas, avenidas, praças e até nome de cidades que homenageiam muitos heróis, cidadãos de reconhecidos méritos. Alguns, militares. E olha que muitos foram esquecidos... 

MARECHAL JOSÉ PESSOA

Você sabia que o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi um dos protagonistas da fundação de Brasília? Talvez a sua ação e o seu empenho tenham sido mais significativos do que a de muitos glorificados como fundadores da nova capital. No Marechal, nem se fala! 


O que eles fizeram? Provavelmente, o passante não tem a menor ideia, mas conhece a rua, a avenida, a cidade e, mesmo desconhecendo, ao citar o seu nome, talvez provoque a curiosidade de alguém que irá os livros para saber afinal quem foi aquele militar.

Mas, a esquerda tenebrosa e revanchista está empenhada em macular a memória nacional. Não é uma lavagem cerebral, é uma “emporcalhagem” institucionalizada. 
A Comissão da Verdade é apenas a ponta do iceberg rumo à desmoralização que abrirá as portas para o desrespeito, para o apagamento de uma memória que deveria ser respeitada, cultuada. 

PONTE DELÚBIO SOARES
Mas outras medidas solertes estão em andamento. Nos municípios, nos estados e no governo, volta-e-meia surgem propostas ou projetos e seus abjetos proponentes, para que seja substituído o nome de uma rua, de uma avenida, que, logicamente, será substituído por um de seus “pranteados heróis”. 

Tememos que a fúria se dirija num próximo passo contra as estátuas que ornam muitas praças, e não duvidamos que os métodos sejam os mais violentos, pois causam impacto, mediante o açulamento de uma parte idiota da população para derrubar a golpes de marretadas as velhas estátuas - de militares, é claro. 

Pelo andar da carruagem, breve não teremos Memória Nacional, e o nosso passado de glórias e os nossos verdadeiros heróis, tudo e todos, serão apenas uma “vaga e indesejada lembrança”. 

Brasília, DF, 21 de março de 2012 

Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira


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