21 de abr. de 2011

Depois da Festa dos bandidos a Conta dos otários
Paulo Brossard - Advogado, Jurista, ex-deputado, ex-senador, ex-Ministro da Justiça, ministro aposentado do STF
A 31 de dezembro de 2010, findou-se o octonado do presidente Luiz Inácio, que proclamou ter sido o maior e melhor de todos os governos.
No dia 1º de janeiro de 2011, teve início o quadriênio da senhora Dona Dilma e, sem demora, o Banco Central elevou o juro básico, ao mesmo tempo em que deixava claro que outros aumentos estavam previstos.
Já agora, mal completados 60 dias de governo, o mesmo Banco Central, aumentou pela segunda vez em meio por cento o juro básico, que passou para 11,75%, tudo por conta da inflação. Desta maneira, o Brasil cresceu na liderança mundial do juro real, descontada a inflação, agora a 6,1% ao ano, ficando a Austrália em segundo lugar, com 2% ao ano.
Não votei na senhora presidente, mas me parece conveniente, senão necessário, salientar que, enquanto ao governo do ex-presidente cabem todas as benemerências, as maleficências vêm sendo imputadas ao governo que se inaugura. Assim, a inflação apregoada surgiu de inopino no dia 1º, 2 ou 3 de janeiro, e dela não se sabia gorda e luzidia antes de 31 de dezembro, guardada nos refolhos oficiais para aparecer no dia 19 de janeiro a motivar o primeiro Ukase do Banco Central? Ou alguma coisa está mal contada nessa estória?
Afinal, houve o propósito de mascarar a inflação para não obnubilar o maior e melhor de todos os governos, deixando à malícia a incumbência de colocar no colo da senhora presidente, entre as flores da posse, a febre que se alastra? Sem falar em inapagável traço burlesco, o ministro da Fazenda do maior e melhor dos governos continua sendo o ministro da Fazenda do governo que acaba de descobrir uma conta de “saldos a pagar” que rivaliza com o dobro do custo estimado do trem bala do Rio a São Paulo.
Outro dado de particular relevo envolve a responsabilidade do ex-presidente da República, depois de terem sido quitados R$ 28 bilhões, destinados por ele no ano eleitoral, sobrevêm mais de R$ 98 bilhões a pagar, ou seja, quase o dobro do corte ou do “condicionamento” decretado pela atual presidente. Bastaria esse número para retratar o montante excepcional do gasto. Tenho receio de não ser exato em tais dados, mas o que me parece sem sombra de dúvida é que um governo regularmente organizado não pode gastar somas desta ordem de maneira anárquica. Nem de longe falo em desvios ou locupletamentos, pois não tenho elementos a respeito, mas me limito a registrar o fato em sua objetividade. E estes são espantosos. De tal maneira que, segundo a mesma fonte, o governo de Dona Dilma estaria examinando a hipótese de não honrar despesas bilionárias contraídas pelo governo qualificado de “o maior e melhor de todos os governos em todos os tempos”.
Não sei qual será a decisão da senhora presidente diante da seleção de despesas contratadas pelo governo do ex-presidente, sabendo-se, contudo, que o cancelamento de contratos poderia alcançar R$ 39,9 bilhões. Os números são astronômicos e a facilidade com que se agia em matéria de dinheiro público autoriza o mais complacente observador a duvidar da sentença do presidente Luiz Inácio, segundo o qual o seu governo teria sido o maior e o melhor de todos os governos do país em todos os tempos.

13 de abr. de 2011

Mulheres de parar o trânsito


Fresh View 8.18
Fresh View (freeware) lhe dá a possibilidade de organizar e visualizar arquivos multimídia (imagens, áudio, vídeo). Assistir a filmes, ouvir música, ler e visualizar gráficos em uma apresentação de slides. Os arquivos de imagem de um diretório podem ser exibidos de diversas formas, incluindo uma visualização em miniatura que permite ver rapidamente o que as imagens contêm sem ter de abri-las.
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Diálogo entre Colbert e Mazarino
Época: Século XVII – Reinado de Luís XIV - França
Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino: Se, se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar na prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criam-se outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E então os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como havemos de fazer?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham e se sacrificam, sonhando em vir a enriquecer e temem ficar pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos, mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável!

(*) Jules Mazarin,ou Giulio R. Mazzarino, italiano, nasceu no reino de Nápoles (1602/1661), tendo chegado a primeiro-ministro da França em 1642, sucedendo o Cardeal Richelieu. Odiado pelos franceses por aumentar impostos, teve que fugir da França, mas acabou voltando ao ministério de Luis XIV.

Só para cariocas
Sabe aquela sua vontade de reclamar do buraco na calçada, da tampa do bueiro, mas não sabe para qual numero ligar? Seus problemas estão com os dias contados.
Inspirado no 311 de NY, foi inaugurada a Central de Atendimento do Rio,  totalmente informatizada, que funcionará 24 horas/7 dias por semana. Através dela você poderá colaborar com a cidade, apontando qualquer problema do tipo: buraco na rua, lâmpada queimada, poda de árvore, sinais de trânsito, entre outros. Ao relatar o problema, o cidadão receberá um número de protocolo e um prazo para a execução do serviço. Basta ligar para o número 1746 (também dá para acessar o site no IPhone). Caso esqueça o número, aí vai uma dica: 1 representa a cidade que você ama e 746 as letras R-I-O, respectivamente, no teclado do telefone convencional.
O que é isso ?
Video gravado na Rondon, em Agudos-SP
Atenção: gravação de oportunidade; contém expressões chulas sem propósito ofensivo.


Jornal do Brasil, Freud e a verdade histórica
OPINIÃO  12 de abril de 2011
Aristóteles Drummond – Jornalista
No momento histórico que vivemos, com a informação atingindo sua plenitude, a verdade dos fatos que marcaram o século passado, no Brasil e no mundo, estão mais do que conhecidos. Portanto, seria natural que se reconhecesse que o Brasil viveu um período autoritário com Vargas e, depois, com os militares, muito mais suave do que seus vizinhos no continente latino-americano, como a ilha-prisão de Cuba. E sem comparação com as práticas da União Soviética stalinista, da China de Mao, do Camboja e Coreia do Norte, para ficarmos nos mais conhecidos.
Com Vargas, fugimos do radicalismo dos extremistas e atravessamos a Grande Guerra em paz interna. Os militares de 64 mantiveram o Congresso aberto, o direito de ir e vir garantido, a propriedade privada respeitada. Além de certa liberdade de imprensa, que também não pode ser comparada em termos de limitações com a dos países já citados e queridinhos de nossos neodemocratas.
Usa de má-fé quem se nega a ler os jornais da época, dos meses anteriores e posteriores ao 31 de março de 64. Se o fizessem, constatariam que o movimento não foi militar, mas cívico- militar, com adesão e participação decisiva de cinco governadores eleitos livremente, em Minas, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Guanabara. O militar que assumiu, Castelo Branco, foi referendado pelo Congresso – com o voto de JK – tendo dois outros ilustres militares competindo: o marechal Dutra, ex-presidente da República, e o general de exército Amauri Kruel.
Tem muita gente ignorante que fica repetindo aleivosias como “golpe” e “ditadura” para definir o movimento que contou com amplo apoio político e da opinião pública. E outros mais, que imaginam que a juventude que apelou para a “luta armada” o fazia por amor à democracia, e não, como é fato inquestionável e confesso, pelo comunismo e com recursos vindos da Internacional Comunista. O regime era autoritário, ditadura nunca. Por estas e outras é que foi uma pena o PSDB não ter permitido a candidatura jovem de Aécio Neves, que teria virado a página da história. Ele personifica o equilíbrio, sendo filho de deputado que apoiou o regime, neto de deputado que fez oposição ao mesmo regime e colaborou para seu fim pacífico.
Curioso é que nos países europeus que sofreram no comunismo, como a Polônia e Alemanha Oriental, não se fala em revanchismo, não se foca no retrovisor; olha-se apenas para a frente, apesar de barbaridades cometidas, o que não foi o nosso caso. Só por aqui e na Argentina – que foi violenta e bárbara dos dois lados – é que reina essa ruminação suspeita e de objetivos, na maioria dos casos, meramente financeiros.
O grande desafio da presidente Dilma é virar a página, cuidar de fazer um bom governo, vencer dificuldades, conter gente que vive na utopia facilitada pelos vencimentos públicos. Está se saindo muito bem. Tem tido o reconhecimento da nação, das suas forças mais representativas em termos de cultura e progresso. Não pode e não vai perder essa oportunidade. Ela mesma sabe que lutou contra um regime fechado, pensando em outro mais fechado ainda. É honesta ideologicamente, e devemos acreditar que hoje é uma democrata convicta, que sabe que faz parte das democracias a anistia para valer. De Gaulle, por exemplo, anistiou quase 200 mil franceses, quando concluiu que teria de julgar mais de 400 mil.
Vamos mostrar grandeza, vamos cultuar a verdade, dos fatos e dos números. Os militares brasileiros são exemplares, na dignidade, na disciplina, nas afinidades com o povo de vez que são oriundos do povo. O general Augusto Heleno, dos mais admirados, acaba de mostrar que é um grande patriota. Atendeu, “numa boa” o pedido de seu comandante e abriu mão de um belo discurso que iria pronunciar. Guardou para o registro de sua vida. Atitudes assim é que mostram desprendimento e tolerância. Nem por isso deixou de ser uma referência para seus companheiros e uma esperança para os que o acompanham com admiração.